Setor de cervejas artesanais deve triplicar em três anos

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Fabricantes produziram 14 bilhões de litros no ano passado no país e expectativa é crescer mais


 As cervejas artesanais irão triplicar sua participação no mercado brasileiro até 2019, na avaliação do sócio da cervejaria Falke Bier, Marco Falcone. A fatia do mercado das cervejas artesanais no Brasil ainda é pequena, mas a taxa de crescimento é alta. Hoje, as bebidas produzidas por cervejarias de médio e pequeno porte representam 1% do total. Daqui a três anos, será 3% do total. Segundo Falcone, o segmento de artesanais tem acumulado crescimento anual de 30% nas última década. Além disso, 1% de um mercado que em 2015 produziu 14 bilhões de litros, segundo o Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (Cervbrasil), não é pouca coisa.

“Nosso exemplo são os Estados Unidos, que passaram de 5% do mercado em 2008 para 10% em 2016”, conta Falcone. Para ele, o crescimento é possível porque a tecnologia de fabricação da cerveja está mais acessível. “Temos acesso ao processo de produção de vários países, como Austrália e Nova Zelândia. Não existem mais barreiras para a aquisição de tecnologia”, afirma Falcone.

O marketing especializado também é um diferencial segundo o empresário. “As pessoas falam de uma febre da cerveja artesanal, mas isso foi construído. Em 2004, quando começamos a Falke, as grandes indústrias davam placas, mesa, cadeira, não tinha como concorrer. Mas percebemos que poderíamos criar uma cultura. Investimos em confrarias de cerveja e eventos de música, lançamentos de livros”, diz.

“Na região de Belo Horizonte, não tem um fim de semana que não tenha uma feira de cerveja artesanal. É ótimo, temos contato com as novidades e com os produtores”, conta a economista e sommelier de cervejas, Márcia Alves Pereira, 31, que participou ontem da palestra de Marco Falcone dirigida para empreendedores do setor cervejeiro durante o evento Mixbeer.

Minas Gerais está entre os principais produtores de cerveja artesanal do Brasil, ao lado de Santa Catarina e Paraná, segundo o sócio da Lamas Brew Shop e mestre cervejeiro, José Bento Vargas. Segundo ele, no ano passado, a produção mineira de cerveja artesanal cresceu 40%. Estima-se que no Estado existam cerca de 60 pequenos produtores de cerveja. Junto com o Mixbeer foi lançado o Mapa Cervejeiro de Minas que reúne quase 50 cervejarias mineiras.

Evento. O Mixbeer continua hoje e está acontecendo no Hotel Mercure, em Lourdes. Ele é dirigido a empreendedores do setor e interessados em conhecer mais sobre os tipos de cerveja.
Raio X

R$ 800 mil fatura por ano a Falke, que fica em Ribeirão das Neves.

60 mil litros por mês é a sua capacidade de produção.
Mapa da mina
Cidades mineiras onde são produzidas as cervejas artesanais e o número de fábricas

Nova Lima - 9
Belo Horizonte - 5
Juiz de Fora - 4
Nova Serrana - 2
Uberlândia - 2

Contagem - 1
Santana dos Montes - 1
Tiradentes - 1
Santa Luzia - 1
São Gonçalo do Rio Abaixo - 1
Catas Altas - 1
Itabirito - 1
Ouro Preto - 1
Baependi - 1
Bocaina de Minas - 1
Itaúna - 1
Divinópolis - 1
Matias Barbosa - 1
Rio Preto - 1
Lavras - 1
Capitólio - 1
Paraisópolis - 1
Delfim Moreira - 1
Extrema - 1
Capim Branco - 1
Uberaba - 1
Campanha - 1
Viçosa - 1
Camanducaia - 1

Fonte: Mapa Cervejeiro de Minas


Para começar
Cervejarias ciganas são boa alternativa

Uma alternativa para quem quer começar uma produção artesanal são as cervejarias ciganas. “O empresário aluga uma planta industrial, usa sua própria receita e depois comercializa”, explica o sócio da Lamas Brew Shop e mestre cervejeiro, José Bento Vargas. Para vender a cerveja, a legislação brasileira exige que a produção em uma planta, que custa, segundo Vargas, cerca de R$ 1 milhão. Já o investimento em uma cervejaria cigana pode começar com cerca de R$ 10 mil.

A produção caseira de cerveja é o primeiro passo do empreendedor que quer investir nesse setor. É o caso da economista e sommelier de cerveja Márcia Alves Pereira, 31. Ela produz a bebida em casa há cerca de dois anos. “Conseguimos um resultado excelente, melhor do que encontramos nas lojas”, afirma Márcia.

Fonte: Jornal O Tempo


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