Supersafra favorece preços menores em alimentos e deve aumentar renda

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Famílias do sul de Minas Gerais e da região Centro-Oeste, como as de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul terão maior poder de compra devido à proximidade com áreas produção agrícola

 

 


São Paulo - Com previsão de supersafra agrícola para o segundo trimestre, o poder de compra de famílias de baixa renda deve ter aumento, em especial, na região do Centro-Oeste. Essa projeção se deve ao fato da região ser um dos principais produtores de alimentos, o que deve causar um acentuada contribuição para a atividade econômica e contribuir para uma melhora considerável na renda da população local.

 

 


Em dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a queda dos produtos alimentícios em fevereiro, com variação de 0,53% ante 0,35% no mês anterior, puxou a baixa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), e deve continuar neste mesmo ritmo nos próximos meses. Com a tendência de que a inflação continue em queda, as regiões que terão aumento de renda devido à supersafra registrarão melhora no poder econômico. A cidade que mais se beneficiará com isso deve ser Campo Grande, além do sul de Minas Gerais, o interior de São Paulo e outros pontos no Centro-Oeste, que também se favorecerão da boa safra de alimentos.

 

 


Segundo especialistas, a influência das previsões climáticas, que "vêm ocorrendo conforme o esperado", também tem ajudado nas projeções. "É algo difícil de prever, mas nada indica que tenhamos alguma grande mudança. A única coisa que as alterações de clima podem afetar são regiões que podem ter problemas de energia devido à seca, como o Sul e Sudeste, mas nada que seja alarmante no momento", analisa Antônio Carlos Alves dos Santos, professor de economia da Pontifícia Universidade Católica (PUC). Por outro lado, um ponto que pode causar maiores pressões no INPC é o reajuste tarifário. "Nem todas as capitais tiveram seus reajustes em fevereiro. Muitas adiam isso para março. Essa parte da tarifa urbana ainda pode influenciar bastante no índice. As cidades que já ajustaram devem ter queda mais para frente", continua o professor.

 


Curitiba tem maior variação

 


Dos valores divulgados em fevereiro, um dos destaques vai para a cidade de Curitiba, que apresentou variação de 0,66%, ante 0,23% no mês de janeiro. Esse 0,43 ponto percentual a mais pode ser justificado pela tarifa do ônibus urbano, que teve reajuste de 15,30%.  O INPC abarca pessoas consideradas de baixa renda, cujo rendimento mensal equivale de um a cinco salários mínimos. "Como o índice se refere às famílias com uma renda menor, temos que levar em conta o consumo dessas pessoas", explica Alves dos Santos.

 

 


Para março, espera-se que os índices de Curitiba voltem à média dos últimos 12 meses (3,34%). Contudo, em relação a janeiro, a média de variação das regiões demonstrou queda nos preços, principalmente em cidades como Brasília, Belo Horizonte e Campo Grande. Nordeste e Goiânia Destaque também para a variação da inflação no Norte e Nordeste. As cidades de Fortaleza (0,43%), Belém (0,35%), Recife (0,29%) e Salvador (0,29%), apesar da queda em janeiro, só ficam atrás da já citada Curitiba e do Rio de Janeiro entre os maiores preços.Goiânia, que registrou a maior baixa na variação do segundo mês de 2017, com -0,44%, devido à queda na energia elétrica e nos combustíveis, deve ser uma exceção e se normalizar com alta em março. Segundo o professor Victor Gomes, da Universidade de Brasília (UNB), outros fatores corroboram para esses números. "Em Goiânia, o campo pode explicar essa baixa constante, já que este vem apresentando resultados bem melhores na última década", explica.

 

 


A expectativa é de melhora geral nos preços. "Temos uma projeção muito positiva a respeito da inflação. Essa supersafra deve garantir uma não subida nos preços dos itens de alimento. Isso é um estímulo ainda maior para retomarmos o crescimento econômico no País", analisa Virene Matesco, professora de economia da Fundação Getúlio Vargas.

 

 

 

 



Fonte: DCI


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