Governo libera R$ 3,14 bilhões em despesas e reduz corte no orçamento de 2017

Leia em 3min 40s

O governo informou ontem segunda-feira (22) que, após reavaliar as estimativas de receitas e despesas de 2017, decidiu ampliar em R$ 3,14 bilhões os gastos no orçamento deste ano, segundo o Ministério do Planejamento.

 

Em março, o governo havia anunciado um corte de gastos de R$ 42,1 bilhões, devido à previsão de que a arrecadação com impostos em 2017 será menor que a prevista quando da aprovação do orçamento, no ano passado. Com a decisão de segunda, portanto, o governo informa que o corte será menor: de R$ 38,96 bilhões.

 

A medida foi anunciada no relatório de receitas e despesas do segundo bimestre. Ao liberar os R$ 3,14 bilhões em gastos adicionais agora o governo prevê que as receitas com impostos serão superiores às estimadas no relatório anterior, do primeiro bimestre, divulgado em março.

 

No mesmo documento divulgado ontem, o governo manteve a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017 em 0,5%.

 

Já a previsão para o déficit da previdência em 2017 foi revisado para baixo: de R$ 188,8 bilhões para R$ 184,1 bilhões. A redução de R$ 4,7 bilhões, segundo o relatório, está relacionada, em grande parte, a duas medidas: a reoneração da folha de pagamentos (+ R$ 2,5 bilhões), anunciada em março; e a medida provisória que promoveu o parcelamento das dívidas dos estados e dos municípios com o INSS (+ R$ 2,2 bilhões).

 

Receitas

 

Segundo o relatório, as receitas adicionais que permitiram a liberação de R$ 3,14 bilhões em despesas virão de ações do governo para aumentar a arrecadação, entre elas a edição das seguintes Medidas Provisórias: 

 

-MP 778, de 16/05/2017, que instituiu o parcelamento de débitos junto à Fazenda Nacional relativos às contribuições previdenciárias de responsabilidade dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. A expectativa é de R$ 2,2 bilhões em arrecadação.

 

-MP 779 de 19/05/2017, que autoriza a reprogramação de pagamento das outorgas de aeroportos. A expectativa é de R$ 2,5 bilhões em arrecadação.

 

-MP 780, de 19/05/2017, que institui Programa de Regularização de Débitos não tributários junto às Autarquias e Fundações Públicas Federais. A expectativa é de R$ 3,38 bilhões em arrecadação.  

 

O governo também incluiu a previsão de arrecadação extra de R$ 4,3 bilhões com bônus pela assinatura de contratos de concessão de áreas para exploração de óleo e gás, que serão leiloadas na chamada 3ª rodada.

 

As receitas da Previdência Social, por sua vez, foram reestimadas considerando o impacto da Medida Provisória 778 e também pela reestimativa do ressarcimento da desoneração da folha de salários - resultando em um efeito líquido de acréscimo de R$ 3,9 bilhões em relação ao relatório extemporâneo de março.

 

"Considerando essas medidas, o governo reestimou as receitas primárias totais levando a um aumento na projeção da receita líquida de transferências de R$ 7,08 bilhões", concluiu o Ministério do Planejamento.

 

Despesas obrigatórias

 

Quanto à estimativa das despesas obrigatórias, o governo informou que o saldo líquido verificado aponta para uma ampliação de R$ 3,7 bilhões em gastos neste ano, em relação à avaliação anterior.

 

Destacam-se, ainda de acordo com o Ministério do Planejamento, as reduções nas projeções das despesas com: benefícios da Previdência, em R$ 798,9 milhões; e complemento do FGTS, em R$ 26,8 milhões.

 

Por outro lado, houve aumento nas projeções das despesas com Abono e Seguro Desemprego, em R$ 1,4 bilhão; dos benefícios de Prestação Continuada LOAS/RMV, em R$ 486,0 milhões; e da Compensação ao RGPS pelas Desonerações em Folha, em R$ 2,6 bilhões, informou o governo.

 

"Tendo em vista a ligeira piora verificada na projeção de resultado primário anual das estatais, a meta de déficit primário prevista para os Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social fica reduzida em R$ 242,6 milhões neste ano, de forma a compensar a meta para aquelas entidades, conforme autorização contida na LDO-2017 (§ 3º, do art. 2º)", concluiu.

 

 

Fonte: G1

 

 


Veja também

Prévia da inflação oficial é a menor para maio desde 2006

A prévia da inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-...

Veja mais
FecomercioSP: Nível de estoques melhora em maio

O Índice de Estoques (IE) de maio, divulgado ontem (22) pela FecomercioSP, alcançou 105,6 pontos, registra...

Veja mais
Confiança do empresário se recuperava, mas tende a cair

São Paulo - O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), medido na primeir...

Veja mais
Crise política deve retardar retomada do varejo por pelo menos mais um ano

São Paulo - As incertezas impostas pela nova crise política, que atingiu o governo Temer na semana passada...

Veja mais
IPCA-15 sobe 0,24% em maio, de acordo com IBGE

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflaç...

Veja mais
Consumidores esperam inflação de 7,1% em 12 meses a partir de maio

A mediana da inflação esperada pelos consumidores nos próximos 12 meses ficou em 7,1% em maio, um r...

Veja mais
Mercado financeiro baixa estimativa de inflação para 2017 e 2018

Os economistas das instituições financeiras reduziram sua estimativa de inflação para este a...

Veja mais
Ritmo de corte nos juros deve perder força nas próximas reuniões do BC

São Paulo - As projeções de mercado para a taxa básica de juros (Selic) para o final de 2017...

Veja mais
Fatura para aprovar Previdência chega a R$ 55 bi

Brasília - A fatura para a aprovação da reforma da Previdência, cuja tramitação...

Veja mais