Varejo de moda infantil deve crescer em ritmo superior ao de adulto no ano

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São Paulo - Com o consumo dando os primeiros sinais de retomada, o setor de moda infantil e bebê deve elevar o faturamento em 7,8% em 2017, chegando à marca de R$ 24 bilhões. Por serem produtos que necessitam ser comprados com mais frequência, o segmento deve avançar a um ritmo maior do que o varejo adulto, que deve crescer 5,5%.

 

Os dados são do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi), que vê no varejo de moda infantil uma tendência a crescer mais por serem itens ligados a necessidade de compra. "A demanda está aumentando, mas ainda não é suficiente para consumir toda a oferta que está no mercado. As empresas do ramo têm que se mexer porque a retomada será lenta e não será para todas", diz o diretor do Iemi, Marcelo Prado.

 

A diretora-executiva da consultoria especializada em varejo AGR Consultores, Jéssica Costa, também confirma que o segmento tende a sentir menos a crise. "As compras no varejo infantil são muito influenciadas pelo toque, pelo impulso e pelo desejo de pais e filhos. Além disso, outros fatores que despertam o desejo de consumo nas crianças são o acesso cada vez mais cedo às mídias sociais, os novos personagens que lançam moda com frequência, e os canais de televisão que divulgam os produtos massivamente", diz.

 

Segundo Prado, para se destacar nesse cenário ainda complicado, os varejistas do ramo de moda infantil precisam buscar inovação dentro do setor. "As lojas têm que fazer uma leitura sobre o que o consumidor está procurando."


Produção nacional

De olho nesse mercado, uma das principais apostas do Grupo Reserva é a vertente para o público infantil Reserva Mini. A rede espalha novas unidades pelo eixo Rio-São Paulo, e após inaugurar nove lojas próprias entre o início do ano passado e o primeiro trimestre de 2017, a expectativa é manter o ritmo de crescimento, abrindo outras quatro operações nos dois estados até o mês de dezembro.

 

Além de elevar o número de unidades, as lojas da marca Reserva surgem como mais uma oportunidade para divulgar os produtos da vertente kids. "Hoje, a marca está presente em três canais. No atacado, que é um canal muito forte, e está com praticamente 450 clientes multimarcas no País inteiro. O nosso canal de e-commerce representa 20% do nosso resultado. E no varejo a gente tem duas vertentes: lojas próprias, que são 215 hoje, mas, além disso, temos o que chamamos de corner: um espaço da Reserva Mini dentro de todas as lojas da Reserva", conta o CEO da Reserva Mini, Guilherme Abrunhosa.

 

Com objetivo de entregar um faturamento 50% maior em 2017, na casa dos R$ 60 milhões, a Reserva Mini tem um foco de trabalho que destoa das rivais: aposta na produção nacional. "É uma politica do grupo e diz respeito ao que a gente entende que é o nosso papel. Muito mais que uma estratégia de preço, a gente entende que é o correto. Por isso, mais de 90% da nossa produção é feita aqui. Os únicos produtos que não vêm do Brasil, como o tricô, é porque não conseguimos na produção brasileira a qualidade necessária para o consumidor", diz.

 

Marcas tradicionais

Com 50 anos de experiência no ramo têxtil, a Marisol também tem planos de expandir as operações das marcas Lilica & Tigor e Marisol, com um novo modelo de lojas, e redobra atenção ao público infantil por meio da publicidade televisiva.

 

"Hoje trabalhamos com franquias, com lojas próprias, e-commerce e multimarcas. Para este ano, pretendemos expandir a quantidade de lojas Lilica & Tigor de 126 para 135. Além disso, acabamos para voltar à TV com a marca; e temos um plano de novos formatos de loja, de acordo com o perfil do consumidor", diz o diretor executivo para franquias e e-commerce da Marisol S.A, André Corrêa.

 

Com um aporte para expansão estimado em R$ 10 milhões, a rede pretende inaugurar nove lojas Lilica & Tigor e outras dez unidades da marca Marisol, com um novo conceito, até o final de 2017. "A Lilica & Tigor é a nossa marca do segmento premium, com foco no público A e B. Já a Marisol é uma marca mais democrática: trabalha com produtos tanto para a classe B quanto para a C. Além delas, temos a Mineral Kids, que é uma opção mais popular", admite o executivo.

 

Outra rede tradicional, o Grupo Malwee percebeu o potencial desse mercado e lançou uma marca exclusiva para crianças em 2011. Com 54 lojas, divididas entre 17 operações próprias e 37 franquias, a : a Malwee Kids mira o público virtual: "O e-commerce já responde por 25% do faturamento entre as marcas", afirma o diretor de produto e marketing da Malwee, Marcos Ribeiro.

 

 

Fonte: DCI São Paulo


 


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