Supermercados e veículos puxaram varejo em junho, afirmam analistas

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Depois da decepção com a queda nas vendas do varejo em maio, economistas esperam um desempenho melhor do segmento restrito em junho, puxado pelas vendas de supermercados. No caso do varejo ampliado, a comercialização de veículos deve impulsionar o resultado.

 

A média das estimativas de 22 consultorias e instituições financeiras consultadas pelo Valor Data indica que o volume de vendas do varejo restrito deve subir 0,42% em junho, ante maio, feito o ajuste sazonal. O intervalo das estimativas vai de queda de 0,50% a alta de 1,10%. Para o varejo ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, a alta, na média, é de 1,7%. Os dados serão divulgados hoje pelo IBGE.

 

O segmento de supermercados deve ter resultado positivo pelo terceiro mês seguido. "Vai ser o principal fator a puxar as vendas do restrito. O dado da Abras mostra que foi um mês positivo", afirma Natalia Cotarello, economista do banco ABC Brasil. De acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), as vendas reais do mês aumentaram 0,6% sobre maio. Sobre o mesmo mês do ano passado, a alta foi de 2,71%. A entidade revisou a projeção de aumento nas vendas deste ano de 1,3% para 1,5%.

 

Quanto aos veículos, a Anfavea, entidade que representa os fabricantes, informou alta de 13,5% nas vendas de junho, ante o mesmo mês do ano passado. A entidade tem expectativa de um aumento de 4% nas vendas internas em 2017.

 

Natalia cita alguns fatores que podem ter ajudado as vendas de junho, como a queda da inflação, que beneficia especialmente os supermercados, o saque das contas inativas do FGTS e a inesperada queda da taxa de desemprego. "Embora o recuo tenha ocorrido pelo aumento do emprego informal, não deixa de ser um fator positivo. Era algo que estávamos esperando para acontecer apenas entre o último trimestre deste ano e o primeiro de 2018", afirma a economista.

 

Na outra ponta, o banco Haitong espera queda de 0,2% no varejo restrito em junho ante maio, feitos os ajustes sazonais, o que deve se traduzir em uma queda trimestral também de 0,2% do setor ante o primeiro trimestre.

 

Parte desse recuo, diz a instituição em relatório, tem a ver com as mudanças metodológicas introduzidas pelo IBGE no início deste ano, o que elevou as taxas do varejo nos primeiros meses de 2017. Para o ampliado, o Haitong estima alta de 1,5% em junho. Se o número for realizado, o setor deve subir 0,7% no segundo trimestre em relação ao primeiro.

 

"Esperamos que os próximos indicadores de atividade - varejo, serviços e IBC-Br - indiquem alguma desaceleração econômica no segundo trimestre deste ano, ante o primeiro, o que, se confirmado, vai reformar a natureza errática e gradual da economia brasileira no curto prazo", diz o banco.

 

Para o Fator, as vendas no varejo restrito devem aumentar 0,92% e, no ampliado, 0,38%. Na variação anual, o banco estima alta de 0,03% no restrito e 2,44% no ampliado. "Se assim for, as vendas no varejo terão crescido 3% na comparação do segundo trimestre de 2017 contra o segundo de 2016. Na variação contra o primeiro trimestre de 2017 terá havido alta de 0,5%, projeta.

 

Outra instituição a prever um varejo no azul em junho é o Bradesco. "Começamos a observar sinais iniciais de melhora da economia, especialmente no comércio. O indicador do varejo reforçará dinâmica positiva do consumo", afirma o banco em relatório. Indícios de recuperação do mercado de trabalho nos últimos meses, o efeito do saque do FGTS e condições mais favoráveis de crédito são fatores também citados pela instituição.

 

"Os resultados das pesquisas do comércio e de serviços referentes a junho serão importantes e devem acrescentar novos sinais desse movimento", diz o banco, que estima alta de 0,3% no varejo restrito sobre maio, feito o ajuste sazonal. Com isso, o indicador deve terminar o segundo trimestre com alta acumulada de 0,2% sobre o primeiro, sendo um dos v

 

Fonte: Valor Econômico

 

 

 


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