Dia das Crianças renderá fôlego ao varejo

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Nem todos os lojistas da capital mineira reforçaram os estoques antecipadamente para atender à demanda do Dia das Crianças, mas com a aproximação da data, começa agora uma corrida contra o tempo para abastecer as prateleiras e conquistar o bolso do consumidor.

 

Altair Rezende, proprietário da loja de brinquedos Brinkel, localizada no bairro Padre Eustáquio, na região Noroeste, aumentou a reserva de produtos em apenas 5% na comparação com o mesmo período do ano passado. “Se as vendas para o Dia das Crianças subirem 5%, na comparação com igual período de 2016, já está bom”, diz, acrescentando que de janeiro a setembro deste ano, não houve recuo nas vendas na comparação com igual intervalo de 2016.

 

Para ele, os meses de julho e agosto já foram um indicativo que o pior da crise já passou, tanto que, demonstrando otimismo, estima um tíquete médio de R$ 140 para a data. A loja tem produtos que vão de R$ 20 a R$ 3 mil. Já as vendas para o Natal representam seis a sete vezes mais do que os meses normais. Na Brinkel, os brinquedos líderes de venda são as bonecas da marca Baby Alive, jogos, carrinhos de roda livre sem mecanismo eletrônico, brinquedos pedagógicos e da linha baby.

 

A Chicco do Brasil, marca da rede italiana Artsana, com loja há mais de 10 anos no shopping Diamond Mall, região Centro-Sul da Capital, não se preparou especialmente para o Dia das Crianças. De acordo com a vendedora líder da loja especializada em artigos infantis, Andreia Leite de Oliveira, a reposição é feita semanalmente e a seção de brinquedos acompanha a logística. Dentro do mix de produtos que a loja comercializa, os brinquedos da Chicco, a maioria destinados à faixa etária entre 0 e 4 anos, são vendidos o ano todo, sem sofrer impacto nas datas comemorativas. “O mesmo foi com a crise. Nosso volume de vendas permaneceu estável nos últimos dois anos”, observa. Para ela, a estabilidade está relacionada aos artigos diversos que a loja vende e ao público consumidor da marca, a maioria da classe AA. A loja tem produtos que vão de R$ 26,90 (chupeta) a R$ 4 mil (carrinho de bebê).

 

Na Boneco de Pau, com matriz na Savassi, região Centro-Sul, os brinquedos educativos são o carro-chefe. Os produtos variam entre R$ 5 e R$ 390. Há 23 anos no mercado, a loja registrou queda entre 5% e 10% nas vendas de janeiro a setembro, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Mas, para o Dia das Crianças, o sócio-proprietário Emerson Andrade estima um tíquete médio de R$ 50, com expectativa de manter o volume de vendas no mesmo patamar que 2016. “Se crescer, será pouco. Mas não acredito que as vendas vão cair, a economia já apresenta sinais positivos”, afirma. Ainda segundo ele, os estoques foram reforçados em 30%, já com a intenção de atender também o Natal.

 

Termômetro - Para o economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG), Guilherme Almeida, o Dia das Crianças funciona para o comércio varejista como um termômetro para o Natal. “É nesse período que o lojista avalia o fluxo de cliente, a formação de estoque e mão de obra”, comenta. Neste ano, ele diz, o levantamento realizado pela área de Estudos Econômicos da Fecomércio MG apontou um aumento no nível de confiança do comércio local.

 

De acordo com Rezende, mais de 80% deles apostam em vendas iguais ou melhores do que as registradas no ano passado. Para ele, pesa sobre isso o cenário econômico mais positivo do que do ano passado. “Um dos fatores é a taxa de juros, que impacta no comportamento de consumo. Embora neste ano a pesquisa revele redução do percentual de quem pretende consumir, esse recuo aparece ligado a fatores não econômicos”, explica. O número de pessoas que vão às compras caiu frente ao ano passado (51,8%), por outro lado, 30% estão dispostos a gastar mais.

 

A pesquisa, que ouviu 402 consumidores e 398 empresas de diversos segmentos do varejo na Capital no mês passado, também indica que 44,3% desses consumidores afirmaram não ter a quem presentear, contra 27,9% que fizeram essa afirmação na última pesquisa, O estudo, salienta Almeida, revela ainda que os consumidores (70,2%) pretendem não ultrapassar os R$ 100 na compra do presente.

 

Os itens mais procurados serão os brinquedos (53,2%), seguido de roupas (23,2%). O economista também destaca o crescimento da opção pelos livros: antes em 9º lugar no ranking dos presentes preferidos, eles agora saltaram para o terceiro, com 5,2% das intenções de compra. A principal forma de pagamento será à vista (82,6%), em dinheiro ou no cartão de débito, e as lojas de shopping devem ser as mais procuradas (31,2%).

 

Fonte: Diário do Comércio de Minas

 

 


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