ABC: Compras de última hora movimentam comércio

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O ditado popular prega que ‘o brasileiro deixa tudo para a última hora’. No Grande ABC, a movimentação no comércio, ontem, véspera de Natal, foi a prova disso. Desde os últimos preparos para a ceia até compra de presentes e vestimentas, as ruas ainda estavam lotadas de consumidores que corriam contra o tempo.

 

Na Marechal Deodoro, Centro de São Bernardo, o tráfego de pessoas e veículos era intenso. Moradora do bairro Jardim Portugal, na cidade, a professora de Ensino Fundamental Luiza Gardoli, 66 anos, comprou todos os presentes e adiantou os preparativos para as refeições.

 

“Comprei tudo o que precisava para os familiares e também não deixei para comprar nada hoje para a ceia. Só que não tinha nenhuma roupa nova para passar a data. Na maioria das vezes é sempre assim, compramos tudo para os outros e acabamos esquecendo da gente”, afirmou ela. Também destacou que os preços estão mais baixos neste fim de ano. “Sem dúvida gastei mais agora, já que em 2017 a situação estava bem difícil, inclusive com desempregados na família”, completou.

 

O otimismo com a economia do Grande ABC se refletiu nos dados da PIC (Pesquisa de Intenção de Compras), da Universidade Metodista de São Paulo, divulgada na última semana. O levantamento mostrou que as compras de presentes para o Natal de 2018 devem movimentar R$ 291 milhões no comércio, montante R$ 35 milhões, ou 5% maior, que em 2017. Os dados representam o melhor resultado para a região desde 2015.

 

A loja Lolita, no Shopping do Coração, na Marechal Deodoro, sentia os efeitos das compras de vestuário. “Ontem (dia 23) e hoje (ontem) estão sendo os melhores dias para vendas do ano. As pessoas estão procurando roupas para passar a virada para o dia 25, tanto que não temos mais nenhuma peça vermelha”, disse a vendedora Raíza Silva.

 

A operadora de telemarketing Cláudia Lima, 27, moradora do Centro, também procurava roupas, que incluíam um presente para o amigo-secreto. “Na semana não deu tempo porque foi uma correria com o trabalho”, contou.

 

SUPERMERCADOS

 

Na Coop da Avenida Industrial, em Santo André, a movimentação também era intensa na manhã de ontem. Havia fila nos caixas e para a entrada no estacionamento. Entre os setores com maior fluxo de pessoas estavam o sacolão (leia mais ao lado) e as carnes.

 

O metalúrgico aposentado Arthur Rodrigues Leal, 64, morador do bairro Campestre, comprava duas peças de carne. “Vamos fazer uma ceia comunitária, que agora está na moda, mas sempre aconteceu, desde que cada um levasse o seu prato. É uma opção mais econômica, mas a organização costuma atrasar e, como toda a família demorou para decidir o que cada um ia levar, só deu para comprar hoje (ontem) mesmo. Estou levando duas peças de maminha por R$ 70”, disse.

 

Frutas continuam como prioridade dos consumidores nos mercados

 

Consideradas indispensáveis para a ceia de Natal, principalmente com as altas temperaturas, as frutas costumam ser os últimos itens a serem comprados, sobretudo para manter o frescor na hora de montar a mesa. Com preços que podem chegar a R$ 39,90 o quilo, no caso da cereja, os consumidores não abriram mão das frutas na hora das compras.

 

A dona de casa Rute de Almeida, 76 anos, moradora do bairro Camilópolis, em Santo André, só foi atrás dos itens da ceia de Natal ontem. “Seremos apenas eu e meu marido. Ia comprar só carne e arroz, mas não tem como abrir mão das frutas. Mesmo que estejam um pouco acima do preço, a qualidade também está superior”, explicou

 

A unidade de abacaxi saía por R$ 7,99, enquanto a melancia estava por R$ 19,99. Já, nozes, avelãs e castanhas poderiam ser adquiridas por a partir de R$ 2,99 cada 100 gramas, dependendo do tipo.

 

“Não dá para comprar as frutas em outro dia, porque precisa estar tudo fresco. Mesmo que tenham preços um pouco mais altos por conta da época, a solução é comprar em menor quantidade”, disse a advogada Heloísa Caires, 47, moradora do Campestre.

 

Fonte: Diário do Grande ABC

 

 


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