Bolsa fecha acima dos 94 mil pontos e renova recorde

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O otimismo causado pela expectativa da aprovação de reformas econômicas fez a Bolsa bater um novo recorde nesta segunda-feira. O Ibovespa, principal índice de ações local, avançou 0,87%, aos 94.474 pontos, renovando o recorde histórico. Já o dólar comercial passou para o terreno negativo e terminou o pregão em queda de 0,35% ante o real, cotado a R$ 3,701.

 

No ano, o índice acumula alta de 7,5%, o que já supera a taxa Selic no ano (6,5%). O fôlego da Bolsa é justificado pelas perspectivas favoráveis para a economia brasileira e a agenda econômica de perfil liberal do novo governo, além da indicação de ‘flexibilidade’ pelo banco central americano quanto ao ritmo do aperto monetário nos Estados Unidos.

 

- Os bancos sustentaram essa alta de hoje. Ainda é um mercado um pouco devagar, normal para começo de ano. Ainda assim, a Bolsa já acumula alta expressiva no ano enquanto aguardamos notícias do novo governo. A perspectiva é positiva - avaliou Ari Santos, gerente de renda variável da corretora H.Commcor.

 

Os investidores aguardam dados mais concretos sobre como será a proposta apresentada pela equipe econômica, mas a avaliação é que o novo governo conseguirá maioria para aprovar as mudanças necessárias.

 

Felipe Bevilacqua, gestor especialista da Levante Investimentos, lembra que, diferente de outros anos, 2019 começa com inflação e juros em queda e economia em processo de retomada, o que deixa o investidor mais otimista com a economia. Além disso, a expectativa de um governo focado em retormas econômicas dá um impulso adicional.

 

- Precisamos acertas a reforma da Previdência para um crescimento mais sustentável. Claro que vamos ter volatilidade durante a negociação no Congresso. Isso é natural, mas no longo prazo as perspectivas são positivas - avaliou.

 

Nas contas da Levante, o cenário econômico favorável e a migração de recursos da renda fixa para a Bolsa, uma vez que os investidores vão procurar ganhos acima da Selic, são vistos como justificativa para o Ibovespa alcançar, até o final do ano, um patamar de mais de 138 mil pontos, o que representaria uma alta de mais de 50%.

 

Um dos destaques do pregão de hoje foi a Sabesp. As ações da estatal paulista subira 5,34%. A estatal paulista pode entrar em processo de privatização, o que anima os investidores. Na outra ponta, os papeis da Usiminas ficaram na lanterna: queda de 3,65%, a maior entre as ações que fazem parte do índice.

 

O que deixou o índice em terreno positivo, no entanto, foi o comportando dos bancos, que possuem o maior peso na composição do Ibovespa. As preferenciais do Itaú Unibanco e do Bradesco subiram, respectivamente, 0,74% e 1,18%. Já os papéis do Banco do Brasil registraram variação positiva de 0,42%.

 

Entre as mais negociadas, as preferenciais (PNs, sem direito a voto) da Petrobras caíram 0,56% e as ordinárias (ONs, com direito a voto) recuaram 0,35%. Ainda assim, em uma proporção inferior ao desempenho do petróleo, que tinha queda de 2,18% no mercado internacional, a US$ 59,16 o barril do tipo Brent.

 

Sinal negativo da China

 

O dólar comercial iniciou os negócios em alta, refletindo as notícias negativas na China. O país asiático registrou a maior queda nas exportações dos últimos dois anos, enquanto as importações também recuaram, indicando fraqueza na segunda maior economia do mundo neste início  2019, além da deterioração da demanda global.

 

À tarde, no entanto, o fluxo de recursos para o Brasil contribuiu para o enfraquecimento do dólar, assim como a possibilidade de um acordo comercial entre Estados Unidos e China.

 

- Lá fora, a declaração do presidente americano, Donald Trump, reforçando que um acordo comercial com a China é possível, também colaborou para o enfraquecimento da moeda - explicou Guilherme França Esquelbek, analista da Correparti Corretora de Câmbio.

 

Em relação a outras moedas, o dólar opera estável. O "dollar index", que mede o comportamento da divisa frente a uma cesta de dez moedas, registrava variação negativa de 0,09% próximo ao horário de encerramento dos negócios no Brasil.

 

Fonte: O Globo - Rio de Janeiro


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