Alta dos alimentos faz inflação das famílias pobres ter aceleração maior em 2018

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Em 2018, a inflação acumulada no ano ficou acima da registrada em 2017 paras todos os segmentos de renda analisados pelo Ipea, reflexo do aumento dos preços dos alimentos e dos reajustes dos preços dos combustíveis e das tarifas de energia elétrica. O instituto usa seis classificações de renda, que vão da muito baixa (total inferior a R$ 1.566,24 ao mês) à alta (total maior que R$ 15.662,44 ao mês).

 

A inflação das famílias mais pobres (3,5%) foi inferior a das faixas de renda mais alta (3,9%). No entanto, essa diferença caiu ao longo dos últimos meses de 2018. Enquanto em maio a diferença da inflação em doze meses entre a classe mais baixa e a mais alta era de 2,1 pontos percentuais, em dezembro já havia recuado para 0,4 pontos percentuais. Isso ocorre, explica José Ronaldo de Castro Souza Júnior, diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, principalmente porque itens que pesam mais na cesta de consumo dos mais pobres aceleraram, como alimentos, botijão de gás e preços de aluguéis. 

 

A classe de renda que viu a variação de preços aumentar mais, de um ano para o outro, foram os mais pobres - alta de 1,38 ponto percentual, passando de 2,16% em 2017 para 3,54% no ano passado.

 

- A alta maior para essa classe reflete os preços de alimentos, que saíram de uma deflação em 2017 para uma alta em 2018. Como para as faixas de renda mais baixa os alimentos têm um peso muito maior nos gastos mensais, há essa diferença - explica Souza Júnior.

 

Só para ter uma ideia, enquanto que para a faixa de renda mais baixa os alimentos correspondem a quase um quarto do orçamento (23%), na faixa mais alta não chegam a um décimo (9,1%).

 

A inflação das famílias de renda baixa ficou em 3,59%. No ano anterior havia sido de 2,48%. A das de renda média-baixa em 2018 foi de 3,73%, frente aos 2,84% do ano anterior. A das de renda média tiveram aceleração de preços de 3,69%, frente aos 2,84% do ano anterior. A inflação das famílias de renda média-alta passou de 3,49% em 2017 para 3,9% em 2018. E a das de renda alta de 3,69% para 3,92% em 2018.

 

O Ipea considera a seguinte renda para cada classe:

 

Renda muito baixa: menor que R$ 1.566,24 ao mês para toda a família

 

Renda baixa: entre R$ 1.566,24 e R$ 2.349,28 ao mês para toda a família

 

Renda média-baixa: entre R$ 2.349,28 e R$ 3.915,61 ao mês para toda a família

 

Renda média: entre R$ 3.915,61 e R$ 7.831,22 ao mês para toda a família

 

Renda média-alta: entre R$ 7.831,22 e R$ 15.662,44 ao mês para toda a família

 

Renda alta: maior que R$ 15.662,44 ao mês para toda a família

 

Fonte: O Globo - Rio de Janeiro


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