Varejo tem início de ano com alta modesta, projetam analistas

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As vendas do varejo abriram o ano de 2019 praticamente no mesmo patamar registrado em dezembro, na avaliação dos economistas. A estimativa média para a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) de janeiro aponta para uma alta de apenas 0,1%, no cálculo já dessazonalizado, segundo 23 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data. No caso do varejo ampliado, que inclui ainda automóveis e material de construção, a estimativa média em relação a janeiro é de expansão de 0,3%.

 

O comércio aparenta estar "sem fôlego neste começo de ano", diz Giulia Coelho, economista da 4E Consultoria. Entre novembro e dezembro, as vendas do varejo restrito caíram 2,2%.

 

Para janeiro, cujo resultado será divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a 4E calcula estabilidade para o varejo restrito e queda de 0,6% para o ampliado. Segundo Giulia, uma série de indicadores antecedentes mostra a fraqueza do comércio no primeiro mês deste ano.

 

As vendas da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), por exemplo, cresceram 3,1% na comparação com janeiro do ano passado. Em dezembro, entretanto, a alta havia sido maior (3,9%) no mesmo tipo de comparação. O crescimento das vendas da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) também ficou mais lento na comparação interanual, passando de 13,7% em dezembro para 12,8% em janeiro. Já a atividade do comércio medida pela Serasa teve queda de 5,4% entre janeiro do ano passado e 2019.

 

Na avaliação da 4E, parte das dificuldades enfrentadas pelo comércio pode ser explicada pelo desempenho igualmente fraco da indústria -a produção industrial recuou 0,8% em janeiro, mostrou ontem o IBGE. Para Giulia, o desempenho das fábricas vem sendo influenciado pela crise argentina e pelas incertezas ligadas à reforma da Previdência.

 

As estimativas da consultoria para o varejo restrito em 2019 é de crescimento de 3,5%, aceleração em relação aos 2,3% do ano passado. Já para o varejo ampliado a projeção é de 3,8%. O número representa um crescimento menor do que a alta de 5% registrada 2018, fortemente influenciada pela venda de veículos. "A base fraca de comparação [da indústria automobilística] que havia em 2017 não existe mais", diz.

 

O Santander calcula queda de 0,4% do varejo restrito em janeiro. Para o ampliado, no entanto, a estimativa é positiva em 0,8%. O banco se diz otimista com as perspectivas para o consumo neste ano, o que deve levar "à aceleração do crescimento econômico".

 

 

Fonte: Valor Econômico 

 


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