Resultado fraco faz varejo revisar avanço em 2019

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A diminuição no ritmo de crescimento do varejo em janeiro levou a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) a revisar (de 5,6% para 5,4%) a previsão de crescimento do comércio para 2019.

 

Segundo dados liberados ontem (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), a alta do varejo ampliado em janeiro foi de 3,5%, percentual inferior aos +6,5% verificados no mesmo mês do ano passado.

 

Para o chefe da Divisão Econômica da CNC, Fabio Bentes, o atual patamar dos juros no Brasil é um fator que contribui para a demora no processo de retomada econômica. “Além da necessidade de maior estímulo pela via do crédito, a melhora das condições de consumo tem esbarrado na lentidão da reativação do emprego”, afirmou Bentes.

 

Com esse cenário, a CNC estima que a plena recuperação do setor, aos níveis de vendas pré-crise, só será alcançada na primeira metade de 2021. Apesar dos avanços verificados em 2017 (+4,0%) e 2018 (+5,0%), o volume mensal das vendas do varejo estão 11,4% aquém do período anterior à recessão.

 

No mês de janeiro, o comércio automotivo teve o melhor desempenho, com alta de 8,8% em relação a dezembro do ano passado. O setor é um dos que se beneficiam da queda no custo do crédito para o financiamento dos veículos, cuja taxa média atual (22,7% ao ano) é a menor para meses de janeiro desde 2013 (20,5%).

 

Os melhores resultados foram nos ramos de farmácias e perfumarias (+7,2%) e de artigos de uso pessoal e doméstico (+6,4%). Entre os destaques negativos estão livrarias e papelarias (-27,3%) e os móveis e eletrodomésticos (-2,8%).

 

Sinal amarelo

 

Em linha com a avaliação da CNC, os economistas da Boa Vista também sinalizam cautela com as expectativas futuras para o setor. “O ligeiro aumento ocorre após uma expressiva queda de 2,1% em dezembro”, dizia o relatório da entidade. A análise chama também a atenção para oscilação entre altas e quedas mensais observadas nas vendas nos últimos meses.

 

“Em janeiro, as vendas ficaram praticamente estáveis na comparação mensal e cresceram menos de 2% na comparação anual, apresentando desaceleração em doze meses. O comércio está sem fôlego!”, destaca a equipe econômica da Boa Vista, lembrando que o setor chegou a cresceu 3,7% em abril de 2018 na comparação de 12 meses contra os 12 meses anteriores, e vem recuando desde então, registrando hoje alta de só 2,2% nessa mesma base de comparação.

 

Para os economistas, o cenário para os próximos meses não é muito animador. “Os dados da produção indicam que o comércio está bastante cauteloso nas encomendas para o setor industrial”, concluem.

 

Fonte: DCI


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