Vendas do comércio ficam estáveis em fevereiro, diz IBGE

Leia em 3min 40s

As vendas do comércio varejista brasileiro ficaram estáveis em fevereiro, na comparação com o mês anterior, após avanço de 0,4% em janeiro, segundo dados divulgados nesta terça-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

Já na comparação com fevereiro de 2018, o comércio varejista cresceu 3,9%, a sétima taxa positiva seguida e a maior desde novembro do ano passado (4,5%).

 

“A magnitude desse crescimento de fevereiro tem a ver, em parte, com o efeito do calendário, já que em 2019 tivemos dois dias úteis a mais que em fevereiro de 2018”, explicou Isabella Nunes, gerente da Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE.

 

Perda de tração

 

No acumulado nos dois primeiros meses do ano, contra igual período de 2018, o volume de vendas subiu 2,8%. Em 12 meses, o setor registrou alta de 2,3% em fevereiro, permanecendo praticamente estagnado pelo 3º mês seguido, o que mostra um ritmo de recuperação ainda lento e sem ganho de tração.

 

Segundo o IBGE, o patamar de vendas do comércio segue 6,6% abaixo de seu ponto mais alto, alcançado em outubro de 2014.

 

Para a gerente do IBGE, embora tenha perdido tração, o comércio varejista segue apresentando recuperação, ainda que lenta. “Isso fica claro quando analisamos bimestralmente. O acumulado do primeiro bimestre deste ano foi o melhor resultado dos últimos cinco bimestres. Comparando com os bimestres de 2018, ele (o setor) vem ganhando ritmo de crescimento”, destacou.

 

Desempenho por atividade

 

Das atividades pesquisadas pelo IBGE, 4 registraram alta e 4 registraram queda no volume de vendas em fevereiro, na comparação com janeiro.

 

Entre os setores em alta, o destaque foi para tecidos, vestuário e calçados (4,4%), seguido por outros artigos de uso pessoal e doméstico (1%). Já as principais pressões negativas vieram de combustíveis e lubrificantes (-0,9%), e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,7%).

 

A queda nas vendas nestes setores está relacionada com preços mais caros. Segundo a coordenadora da pesquisa, em fevereiro do ano passado, o item alimentação no domicílio, por exemplo, apresentou deflação de 3,81%, enquanto em fevereiro deste ano tive alta de 6,32%.

 

O indicador de vendas do comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, recuou 0,8% frente a janeiro.

 

Veja o desempenho de cada segmento:

 

·         Combustíveis e lubrificantes: -0,9%

·         Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: -0,7%

·         Tecidos, vestuário e calçados: 4,4%

·         Móveis e eletrodomésticos: -0,3%

·         Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: 0,1%

·         Livros, jornais, revistas e papelaria: 0,2%

·         Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: -3%

·         Outros artigos de uso pessoal e doméstico: 1%

·         Veículos, motos, partes e peças: -0,9%

·         Material de construção: -0,3%

 

“De forma geral, todas as atividades, exceto livros, mostram estabilidade nos (acumulado em) 12 meses", disse Isabella Nunes.

 

Vendas caem em 15 das 27 unidades da Federação

 

Segundo o IBGE, apesar da estabilidade no balanço geral das vendas do comércio em fevereiro no país, 15 das 27 unidades da Federação registraram resultados negativos. As maiores quedas foram no Paraná (-1,5%), Distrito Federal (-1,1%) e Piauí (-1,1%). Já os destaques de alta foram Tocantins (8,9%), Espírito Santo (5,0%) e Sergipe (2,6%).

 

Recuperação lenta e perspectivas

 

A recuperação do setor, assim como a do restante da economia brasileira, segue em ritmo lento, com um nível de consumo ainda bem abaixo do período pré-recessão.

 

A produção industrial, por exemplo, cresceu 0,7% em fevereiro, mas ainda acumula queda no ano.

 

Pesquisa Focus realizada pelo Banco Central e divulgada na véspera mostrou que o mercado reduziu a previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2019 pela 6ª semana consecutiva. A expectativa é de uma alta de crescimento de 1,97 do PIB neste ano, após alta de 1,1% em 2018 e 2017.

 

Fonte: G1


Veja também

Cesta básica do Rio de Janeiro é a segunda mais cara do país

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioecon&o...

Veja mais
Cesta básica sobe 5,45% em março no maior aumento em 23 anos

  Com aumento de 5,45% em março, o preço cesta básica no Vale do Paraíba teve a maior ...

Veja mais
Faturamento do atacado distribuidor cresce 2,84% em fevereiro

Banco de Dados da ABAD mostra setor em recuperação em relação ao primeiro bimestre de 2018. ...

Veja mais
Gastos inadiáveis puxarão avanço de 2,6% no consumo ao longo deste ano

Os crescimentos do consumo das famílias e dos investimentos serão de 2,6% e 4,6% neste ano, respectivament...

Veja mais
IGP-DI desacelera alta a 1,07% em março com menor pressão no atacado, diz FGV

O Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) desacelerou a alta em março a 1,07 por ce...

Veja mais
Mercado reduz projeção de crescimento da economia pela 6ª vez

Instituições financeiras voltaram a reduzir a projeção para o crescimento da economia neste ...

Veja mais
Otimismo do brasileiro com economia cai após posse de Bolsonaro, diz Datafolha

O percentual de brasileiros que acreditam que a situação econômica do país irá melhora...

Veja mais
Preços globais dos alimentos ficam estáveis em março, diz FAO

Os preços globais dos alimentos ficaram estáveis em março, com um salto nos preços dos produ...

Veja mais
Preço da cesta básica sobe em todas as capitais pesquisadas em março

O custo do conjunto de alimentos essenciais subiu em todas as capitais em março de 2019, como mostra o resultado ...

Veja mais