Avanço do varejo no Dia das Mães vai ser menor que o visto no ano passado

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O cenário de incertezas econômicas seguirá pressionando o consumidor este ano e vai atingir as vendas do Dia das Mães, segunda principal data do comércio no ano. Para este 2019, as estimativas de incremento variam entre 2% e 3,8%, cifra que, nem na leitura mais otimista, é maior que a alta verificada ano passado.

 

A estimativa mais conservadora, apresentada ontem pela Boa Vista, prevê incremento que gire entre 2% e 2,5%, volume inferior aos 4% de alta registrada ano passado. Mais otimista, a Confederação Nacional do Comércio (CNC) fala em avanço de 3,8% e uma movimentação financeira de R$ 9,7 bilhões. “O compasso de espera do consumidor deverá ser sentido ao longo do ano em todas as datas importantes para o varejo”, avalia o consultor da B2Go Varejo, Cássio Castro.

 

Na avaliação do consultor, além das incertezas econômicas, o alto desemprego e endividamento das famílias também pesam na decisão de compra. “Para destravar o consumo, além do emprego, é preciso que haja algum programa do governo que vise diminuir o endividamento das famílias, dando condições para que os bancos liberem crédito e estimulem o consumo”, diz o especialista.

 

Entendendo esse comportamento mais comedido do cliente, as lojas começaram a preparar suas gôndolas com produtos de menor valor agregado. Segundo o gerente de compras da rede de vestuário mineira Caimã, Roger Safer, os produtos importados foram quase extintos das compras e em seu lugar as prateleiras estão recheadas de itens de até R$ 30. “Desde o Natal passamos a rever nossos fornecedores e limitar um tíquete médio do produto já no pedido à indústria. Agora compusemos um estoque com alto volume de peças, mas de valor agregado que não ultrapasse R$ 60”, contou ele ao DCI.

 

A decisão de Safer acompanha as estimativas das entidades. Segundo a CNC, a alta dos preços médios para o Dia das Mães foi de 3,5%, valor que fica abaixo da inflação acumulada no período (4,7%) e bem inferior ao aumento de 7% no dólar em um ano. Longe dos crediários, o consumidor deve direcionar o orçamento para compra de cosméticos, calçados e vestuários, itens com menor valor agregado.

 

Serviços agregados

 

Quando incorporado o setor de serviços ao indicador, como restaurantes, a expectativa é que a data movimente cerca de R$ 24 bilhões, com 122,1 milhões de brasileiros indo às compras, segundo estimativa da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL).

 

Entre os que irão realizar compras, 26% pretendem gastar mais. Por outro lado, entre os consumidores que irão despender menos recursos, 32% culpam o orçamento apertado e 13% atribuem à economia instável do País. Há ainda 11% que afirmam estarem desempregados. “As intenções de compra da data servirão de termômetro para o desempenho do comércio pelos próximos meses, principalmente, em um momento que o poder de compra das famílias continua sendo afetado pelo desemprego elevado e a renda achatada”, diz o presidente do SPC Brasil, que faz a pesquisa em parceria com a CNDL, Roque Pellizzaro Junior.

 

Na lógica da redução de custos, a pesquisa mostra ainda que 19% dos entrevistados vão dividir o custo do presente. O rateio será feito, principalmente, entre irmãos (36%), familiares (33%) e com o pai (26%). Também subiu o número de brasileiros que fará pesquisas antes de comprar o produto. Segundo o estudo, 77% dos ouvidos confirmaram que irão pesquisar mais, o que exige ainda mais controle de preço dos lojistas e indicando que as promoções serão relevantes para evolução das vendas.

 

Fonte: DCI

 

 

 


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