Governo central tem déficit primário de R$14,740 bi em maio

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O governo central, formado por Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social, registrou um déficit primário de 14,740 bilhões de reais em maio, divulgou o Tesouro nesta quarta-feira.

 

O dado veio acima da projeção de analistas de um déficit de 13,7 bilhões de reais, segundo pesquisa Reuters.

 

No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, o déficit é de 17,494 bilhões de reais e, em 12 meses, de 125,2 bilhões de reais. A meta do governo para 2019 é um rombo de 139 bilhões de reais.

 

O déficit de maio representou uma expansão real de 27,7% sobre o obtido em no mesmo mês do ano passado, quando o resultado ficou no vermelho em 15,213 bilhões de reais

 

Em nota, o Tesouro afirmou que o resultado foi motivado pelo “movimento sazonal de transferência da maior arrecadação de IRPJ/CSLL e partcipações epeciais da exploração de recursos naturais em abril”.

 

Em maio, a receita líquida teve queda real de 1,2% na comparação anual, a 90,793 bilhões de reais.

 

As despesas também recuaram, em 1,4%, para 105,533 bilhões de reais, com redução dos gastos com abono e seguro desemprego e nas chamadas despesas discricionárias, sobre as quais o governo tem controle de execução.

 

No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, o déficit é 9,3% maior do que o registrado em igual período de 2018, já descontada a inflação.

 

EMPOÇAMENTO

 

Mesmo com o déficit no mês, o Tesouro informou que 13,9 bilhões de reais ficaram “empoçados” nos ministérios, ou seja, não foram gastos. Esse movimento é explicado pela alta “rigidez alocativa” segundo o Tesouro. O Ministério da Saúde, sozinho, teve 3,6 bilhões de reais empoçados em maio.

 

DÍVIDA PÚBLICA

 

O Tesouro Nacional também apresentou projeções para a dívida pública federal ao longo dos próximos anos. Segundo a apresentação, a trajetória de crescimento da dívida, iniciada em 2014, seria revertida em 2022 após atingir pico de 82,2% do PIB.

 

O cenário considerado para a estimativa leva em conta a permanência do teto dos gastos e a geração de superávits primários a partir de 2023.

 

Levando em conta os impactos das devoluções de recursos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já efetuadas, a dívida alcança o patamar de 71,6% do PIB em 2028. Sem a devolução, o valor seria de 81% do PIB.

 

Até maio de 2019, já foram devolvidos aos cofres públicos 339 bilhões de reais.

 

O Tesouro ressalta ainda que, apesar da ajuda desse movimento do BNDES, a mudança da dinâmica da dívida depende “fudamentalmente” de esforço fiscal.

 

Sendo assim, estima que seria preciso um esforço de primário adicional de 2,37% entre 2020 e 2028 para que a dívida alcançasse o nível de 50%, patamar de “países com grau de investimento”, segundo a nota divulgada.

 

Fonte: Reuters

 


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