Dívida pública federal cresce 2,24% em junho, mas segue fora de intervalo fixado

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A dívida pública federal do Brasil cresceu 2,24% em junho sobre maio, a 3,978 trilhões de reais, mas fechou o primeiro semestre ainda fora da faixa estabelecida como meta no Plano Anual de Financiamento (PAF), de 4,1 trilhões de reais a 4,3 trilhões de reais, informou o Tesouro Nacional nesta quinta-feira.

 

Apesar disso, o coordenador de Operações da Dívida, Roberto Lobarinhas, frisou que o Tesouro não trabalha com a perspectiva de revisão do PAF.

 

“O que foi planejado para este ano no PAF ainda está contemplado e é bastante adequado para o momento que estamos vivendo”, disse.

 

O avanço da dívida no mês se deu pela alta de 2,44% da dívida pública mobiliária interna, a 3,826 trilhões de reais, em função da emissão líquida de 68,4 bilhões de reais e apropriação positiva de juros de 22,6 bilhões de reais.

 

Já a dívida externa sofreu uma diminuição de 2,48% sobre maio, encerrando junho em 151,68 bilhões de reais.

 

Em junho, o dólar acumulou a maior queda para o mês em três anos, de 2,13%, na esteira de maior confiança na aprovação da reforma da Previdência e da expectativa de aumento de liquidez no mundo a partir de cenário de cortes de juros nos Estados Unidos.

 

Em coletiva de imprensa, Lobarinhas avaliou que o mês de junho foi “extremamente positivo para os mercados” e que a toada prosseguiu em julho, após aprovação em primeiro turno da reforma da Previdência na Câmara.

 

“A conjuntura favoreceu boas colocações nos leilões da dívida pública”, destacou o técnico, complementando que todas as taxas reais das NTN-Bs -título atrelado à inflação- entraram num campo inferior a 4%.

 

Em meio à queda do custo de proteção contra calote da dívida brasileira, medido por Credit Default Swaps (CDS) de cinco anos, para níveis próximos aos detidos pelo país quando ainda detinha grau de investimento, Lobarinhas afirmou que não existe prazo ou perspectiva de recuperação do selo de bom pagador.

 

Mesmo assim, expressou otimismo quanto ao cenário que vem se descortinando.

 

“O que acreditamos é que estamos na direção correta ao ver toda essa melhora de taxas e na percepção de risco em meio à consolidação das reformas e redução das incertezas”, disse.

 

“CDS na taxa mínima em 5 anos denota a percepção de risco. Quanto menor é, mais favorável para o país em diversos aspectos, nas nossas emissões, nos investimentos, para tudo”, completou.

 

COMPOSIÇÃO EM JUNHO

 

Os títulos que variam com a Selic, representados pelas LFTs, continuaram com maior peso na dívida, a 37,78% do total em junho, abaixo do patamar de 37,88% em maio, e fora da banda de 38% a 42% estipulada no PAF para o final deste ano.

 

“Taxa flutuante é o único indicador que não tem vencimento até o final do ano. Isso nos indica que esse indicador vai para o intervalo de bandas com muita tranquilidade até o final do ano”, pontuou Lobarinhas.

 

Já os títulos prefixados avançaram a 31,8% da dívida, ante 31,27% no mês anterior, e uma meta de 29% a 33% para 2019.

 

Os papéis indexados à inflação, por sua vez, diminuíram sua representatividade a 26,44% da dívida total, ante 26,67% em maio, sendo que a referência para este ano é de 24% a 28%.

 

No relatório mensal da dívida, o Tesouro também apontou que a participação dos investidores estrangeiros na dívida mobiliária interna caiu a 12,34% em junho, sobre 12,74% em maio.

 

Fonte: Reuters

 


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