Investimento direto no país tem em junho pior desempenho em três anos

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O fluxo de investimentos diretos no país (IDP) somou em junho 2,190 bilhões de dólares, menor valor mensal em três anos e bem abaixo do fluxo esperado pelo mercado e pelo próprio Banco Central (BC).

 

Ao divulgar o dado nesta quarta-feira, o BC atribuiu o desempenho a uma antecipação do pagamento de empréstimos de algumas matrizes de empresas instaladas no país a suas filiais no exterior, avaliando que o número não reflete um menor apetite de investidores estrangeiros pelo Brasil.

 

No mês passado, as amortizações pagas pelas empresas a suas subsidiárias lá fora somaram 2,761 bilhões de dólares, mais do que o dobro do que o registrado em julho do ano passado. Esses fluxos compõem a conta do investimento direto, juntamente com a participação em capital.

 

“A decisão de fazer a antecipação em geral está relacionada à estratégia da empresa e a uma oportunidade”, afirmou o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, acrescentando que o adiantamento dos pagamentos em relação à previsão informada anteriormente se deu em um conjunto de empresas.

 

Analistas esperavam um fluxo de 5,750 bilhões de dólares em IDP para o mês, segundo pesquisa da Reuters com analistas . O próprio BC havia previsto 5,4 bilhões de dólares.

 

Apesar do fraco desempenho em junho, o fluxo de IDP acumulado no semestre, de 37,338 bilhões de dólares, supera o valor registrado no mesmo período de 2018, de 33,814 bilhões de dólares. Para julho, o BC espera um fluxo de 6,5 bilhões de dólares.

 

DÉFICIT PIOR

 

No mês passado, o país teve um déficit em transações correntes de 2,914 bilhões de dólares, acumulando em 12 meses um saldo negativo de 0,91% do Produto Interno Bruto (PIB).

 

O déficit do mês foi maior do que o saldo negativo de 1,500 bilhão de dólares esperado por analistas, segundo pesquisa da Reuters, e também foi pior do que o resultado registrado há um ano: superávit de 160 milhões de dólares.

 

Segundo Rocha, a redução resultou principalmente de uma queda no superávit comercial no mês. O saldo, de 4,297 bilhões de dólares, foi 22% inferior ao registrado em junho de 2018.

 

No acumulado do primeiro semestre, o déficit em transações correntes teve alta de 32% na comparação com igual período do ano passado, alcançando 10,553 bilhões de dólares.

 

No último mês, o BC previu que o rombo em transações correntes será de 19,3 bilhões de dólares em 2019, bem abaixo do patamar de 30,8 bilhões de dólares previsto anteriormente, na esteira da perspectiva de menor crescimento da economia brasileira.. Em 2018, o país teve um déficit de 14,511 bilhões de reais.

 

Os gastos líquidos de brasileiros com viagens internacionais somaram 1,150 bilhão de dólares em junho, um pouco acima da despesa de 1,109 bilhão de dólares registrada no mesmo mês de 2018.

 

Foi a primeira vez desde maio de 2018 que o gasto com viagens subiu na comparação anual. Para Rocha, a tendência é que os brasileiros tenham reagido a uma apreciação da taxa de câmbio verificada em junho, na comparação com maio. O dólar caiu 2,13% em junho, maior queda para o mês em três anos.

 

As remessas de lucros e dividendos totalizaram 2,929 bilhões de dólares em junho, bem acima do valor de 1,348 bilhão de dólares registrado há um ano.

 

Fonte: Reuters


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