Varejo do Brasil tem melhor junho em 2 anos mas termina 2º tri com perdas

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As vendas varejistas brasileiras tiveram o melhor resultado para junho em dois anos, mas ainda assim encerraram o segundo trimestre com queda, em meio à pressão ainda sofrida pelo desemprego alto e pela lentidão econômica.

 

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nesta quarta-feira que as vendas no varejo subiram 0,1% na comparação com o mês anterior, melhor dado para junho desde 2017 (+1,2%). Sobre o mesmo mês de 2018, as vendas tiveram queda de 0,3%.

 

Os resultados foram piores do que as expectativas em pesquisa da Reuters, de ganhos de 0,5% na comparação mensal e de 0,8% na base anual.

 

Depois de recuo de 0,4% em abril e de estabilidade em maio nas comparações mensais, o setor varejista terminou o segundo trimestre com perdas de 0,3% sobre os três meses anteriores, quando houve estagnação, destacando as dificuldades enfrentadas pelo setor.

 

“O comércio está paradinho. (Isso) se deve ao nível de atividade baixo, um elevado contigente de pessoas fora da força de trabalho e as famílias estão mais endividadas. Isso tudo explica o desempenho baixo do comércio este ano com comprometimento do poder de compra”, afirmou a gerente da pesquisa, Isabella Nunes.

 

As duas atividades de maior peso —Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo; e Outros artigos de uso pessoal e doméstico— tiveram em junho respectivamente estagnação e avanço de 0,1% nas vendas.

 

Outras quatro apresentaram quedas —Combustíveis e lubrificantes (-1,4%); Móveis e eletrodomésticos (-1,0%); Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-2,4%); e Livros, jornais, revistas e papelaria (-0,8%).

 

Apresentaram ganhos nas vendas apenas Tecidos, vestuário e calçados (1,5%); e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,3%).

 

Incluindo veículos e material de construção, o chamado varejo ampliado, as vendas também ficaram estagnadas sobre maio, subindo 1,7% na comparação com o ano anterior.

 

O Brasil tinha 12,766 milhões de desempregados nos três meses até junho, e embora a taxa de desemprego tenha caído para 12%, o mercado de trabalho fraco vem afetando o nível de consumo no país, apesar da inflação baixa.

 

No final de julho o governo decidiu liberar o saque de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do PIS/Pasep, em uma tentativa de impulso econômico diante da dificuldade da economia de engatar um ritmo sólido de crescimento.

 

Fonte: Reuters

 


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