Sem dinheiro, consumidores trocam restaurante por supermercado

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Uma pesquisa realizada em todas as capitais do país mostrou que 69% dos brasileiros tiveram que realizar algum tipo de corte no orçamento familiar para fechar as contas durante o primeiro semestre. Além disso, 53% buscou um bico ou trabalho extra para conseguir complementar a renda. No período, cresceu o pessimismo entre consumidores.

 

A situação financeira individual fez diminuir a avaliação positiva da economia. Segundo dados da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), o percentual de brasileiros com boas expectativas para o cenário do país caiu de 44% no início do ano para 13% ao fim do primeiro semestre.

 

O principal motivo é a frustração com o próprio bolso. A maioria (54%) dos que fizeram a avaliação negativa dizem que a causa é a alta dos preços, mas também há aqueles que apontam a diminuição da renda familiar (38%). A pesquisa mostra que três em cada dez brasileiros sentiu uma piora em sua própria situação financeira. Há ainda 33% que recorreram a um empréstimo e 27% que venderam algum bem para conseguir organizar as contas.

 

A consequência foi um impacto direto no lazer do brasileiro: 56% dos que realizaram cortes nas despesas afirmaram ter diminuído as refeições fora de casa, enquanto 54% diminuíram as idas a bares e casas noturnas, 51% deixaram de comprar roupas, calçados e acessórios, 50% restringiram as viagens e 50% reduziram idas ao cinema e ao teatro.

 

"Houve um crescimento do setor de supermercados e hipermercados. A gente enxerga um aumento das vendas porque o pessoal deixou de consumir em serviços, como restaurantes. Então ocorre esse efeito de substituição, que deve ser ponderado, porque as pessoas estão com menos renda", disse o economista da Fecomércio/SC, Luciano Córdova.

 

Com o orçamento restrito, seis (59%) em cada dez brasileiros acreditam que será mais difícil concretizar projetos planejados para este ano, como a formação de uma reserva financeira (41%), realização de uma grande viagem (34%), reforma a casa (34%), ou compra de um carro (30%).

 

"Na hora de apertar o cinto, é natural que o consumidor acabe priorizando o pagamento de despesas básicas e essenciais, como aluguel e contas de luz e água, deixando os gastos considerados supérfluos em segundo plano. É inevitável que os momentos de diversão fora de casa acabem comprometidos em alguma medida", disse o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli.

 

Tanto a CNDL quanto a Fecomércio/SC acreditam que o segundo semestre deve apresentar resultados melhores. O motivo é a aprovação da Reforma da Previdência e a liberação do FGTS para os trabalhadores.

 

Fonte: RCN - Rede Catarinense de Notícias

 


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