Vendas do comércio crescem 1% em julho, diz IBGE

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As vendas do comércio varejista ganharam ritmo em julho e cresceram 1%, na comparação com o mês anterior, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já na comparação com julho do ano passado, a alta foi de 4,3%.

 

Trata-se da terceira alta seguida, melhor resultado desde novembro do ano passado (3,2%) e do melhor julho desde 2013, quando o avanço frente ao mês imediatamente anterior foi de 2,7%.

 

No acumulado em 2019, a alta chega a 1,2%. Em 12 meses, o avanço nas vendas do varejo é de 1,6%, o que representa um ganho de ritmo ante junho (1,2%) e frente aos meses anteriores.

 

O IBGE revisou para cima os dois resultados anteriores. Em junho, ao invés de 0,1%, a alta foi de 0,5%, e em maio, foi de 0,1%, ao contrário da estabilidade (0,0%) divulgada antes.

 

"Com esse resultado, o setor varejista recupera o patamar de vendas próximo a junho de 2015, mas ainda se encontra 5,3% abaixo do nível recorde alcançado em outubro de 2014", informou o IBGE.

 

7 das 8 atividades cresceram em julho

 

Em julho, 7 das oito atividades pesquisadas tiveram alta no volume de vendas, com destaque para "hipermercados" (1,3%), "outros artigos de uso pessoal e doméstico" (2,2%), que incluem as vendas online e as lojas de departamentos, e "móveis e eletrodomésticos" (1,6%).

 

Segundo a gerente da pesquisa, Isabella Nunes, o bom resultado de julho é explicado pelo aumento na população ocupada e melhora nas condições de crédito paras as famílias.

 

"Há uma evolução gradual do mercado de trabalho, com aumento da população ocupada, e também houve aumento de concessão de crédito à pessoa física, cujo volume aumentou 13,3% na passagem de junho para junho", disse, destacando que esses dois movimentos beneficiam diretamente as atividades de supermercado e eletrodomésticos.

 

O volume de vendas do varejo ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, cresceu 0,7% na comparação com junho. Veículos, motos, partes e peças recuaram 0,9%, após avanço de 3,5% no mês anterior, enquanto materiais de construção pressionaram positivamente, com avanço de 1,1%.

 

Vendas avançam em 19 estados

 

De junho para julho, as vendas do comércio varejista cresceram em 19 das 27 unidades da federação, com destaque para Mato Grosso (5,4%), Rio de Janeiro (2,7%) e Bahia (2,4%). Por outro lado, houve queda e Amazonas (-1,9%), Roraima (-1,6%), Ceará (-1,5%), enquanto Goiás e Pará mostraram estabilidade

 

Recuperação lenta e perspectivas

 

Outros indicadores já divulgados mostram sinais mistos da economia no 2º semestre, em meio ao desemprego ainda elevado e piora no cenário externo com a crise da Argentina, guerra comercial e temores de uma nova recessão global.

 

A produção industrial, por exemplo, registrou queda de 0,3% em julho – o terceiro recuo mensal seguido. No acumulado no ano, o recuo chega a 1,7%, o que mantém a indústria no nível de janeiro de 2009.

 

O comércio aposta que a liberação dos saques das contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do Fundo PIS-Pasep ajudará a acelerar o consumo nestes últimos meses do ano. A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima que R$ 13,1 bilhões (44% do total previsto a ser injetado na economia) será destinado para gastos no comércio e consumo de serviços.

 

A projeção do mercado financeiro para estimativa de alta do PIB deste ano permanece em 0,87%, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central. Já o governo prevê crescimento de 0,85% em 2019.

 

Fonte: G1 - Economia


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