Comércio varejista cresce 1% em julho, no terceiro mês seguido de alta

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O comércio varejista no Brasil cresceu 1% em julho. Foi o terceiro mês seguido de alta. Segundo o IBGE, é o melhor desempenho desde 2015. Entre as atividades que tiveram maior influência para esse resultado positivo estão as vendas de supermercados, lojas, alimentos, bebidas, roupas e eletrodomésticos. Um dos fatores para esse resultado foi a melhora do emprego. No mercado de trabalho os contratos chamados intermitentes estão em alta.

 

A empresária Edilma Lima vende fraldas ecológicas no atacado, mas não precisa dos serviços da auxiliar administrativa Amanda Araújo todos os dias. “O que aparecer, qual for a demanda do dia, ajudo”, diz Amanda. “Não tem aquela despesa fixa que eu tenho que pagar à Amanda, X salário por mês”, afirma Edilma.

 

A reforma trabalhista de 2017 permite fazer contratos de acordo com as horas ou dias trabalhados. O empregado mantém os direitos como férias e décimo terceiro, mas recebe de forma proporcional.

 

Esse tipo de contratação vem crescendo: mais de 76 mil admissões foram registradas nos primeiros sete meses de 2019, quase três vezes mais que no mesmo período de 2018. Em julho, 2.200 empresas utilizaram o novo modelo, praticamente o dobro de um ano atrás.

 

O economista Bruno Ottoni, da FGV Dados, diz que a lei pode beneficiar empresas e trabalhadores.

 

“É um contrato que é celebrado de livre vontade entre o trabalhador e empregador. Então, se ele está sendo celebrado é porque ele é vantajoso para todo mundo. É claro que o trabalhador, num cenário de maior dificuldade, pode estar celebrando esse contrato pela falta de uma outra oportunidade”.

 

Mas o economista alerta para alguns riscos.

 

“Como é feita a contribuição desse trabalhador para a aposentadoria? Isso foi legislado na medida provisória que saiu logo após a reforma trabalhista, porém, essa medida provisória caducou e nada foi colocado no lugar”.

 

Numa loja de conveniência, o movimento é muito maior nos fins de semana. Além disso, em algumas épocas do ano como Natal, réveillon e Carnaval, as vendas disparam e a empresa precisa de mais gente.

 

Os donos fizeram as contas e decidiram contratar cinco funcionários para trabalhar de forma esporádica. Com isso, esperam reduzir custos e evitar demissões.

 

“Chegava no inverno, a gente precisava realmente diminuir o nosso quadro, então, assim, a gente consegue ajustar o número de dias trabalhados de acordo com a demanda. E isso gera para a gente uma economia de, pelo menos, 30% na folha de pagamento”, explicou o empresário Leon Schaefer.

 

A franquia, com sete lojas, pretende contratar mais funcionários para serviços eventuais. O entregador Daniel Costa diz que agora vai ter mais tempo para se dedicar a outras atividades.

 

“Eu posso trabalhar aos finais de semana de acordo com o meu empregador e continuar programando e estudando. Então, todas essas coisas se encaixaram perfeitamente”.

 

Fonte: G1 - Jornal Nacional

 


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