Informalidade ajuda os brasileiros a retomarem hábitos de consumo

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A crise econômica que trouxe desemprego e queda na renda para muitas famílias brasileiras afetou os hábitos de consumo da população. Agora, o consumidor começa a retomar a compra de categorias de produtos além do básico, que haviam sido suspensos durante a recessão.

 

De acordo com o estudo 360° Consumer View, realizado pela Nielsen, este movimento de recuperação de antigos hábitos é causado pelo aumento do número de pessoas que busca na informalidade uma alternativa de renda, seja como fonte principal de rendimento ou como complementação.

 

“Lares com renda informal retomaram a compra de mimos graças à alternativa de renda. Antes o consumidor vivia apenas reduzindo despesas e enxugando o orçamento. Está havendo uma mudança de comportamento”, afirmou o especialista da Nielsen, Ricardo Alvarenga.

 

A pesquisa mostrou que quatro em cada dez brasileiros estão na informalidade, seja exclusivamente ou como complementação de renda. Neste ano, são 16 milhões de lares com presença de informalidade, sendo 7 milhões de lares em que as pessoas estão desempregadas e vivem na informalidade. Outros 9 milhões de lares possuem um trabalho formal, mas contam com o informal para complementar a renda, buscando alternativas por meio de aplicativos e prestação de serviços.

 

O dinheiro extra, usado em grande parte para o pagamento de dívidas, agora também ajuda o brasileiro a retomar o consumo de produtos que vão além do básico, com destaque para artigos da categoria de Higiene & Beleza, além de itens em que o consumidor consegue enxergar algum valor agregado claro.

 

“O cenário ainda não é de retomada total do consumo, mas há uma diminuição das restrições de gasto e uma redução do aperto que verificamos nos últimos anos”, afirmou Alvarenga.

 

Com a complementação de renda em alta, os brasileiros elegeram suas três maiores preocupações: a economia, a saúde e o equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal. “O consumidor se sente sobrecarregado porque aumentou as horas trabalhadas para ter mais renda, mas isso o deixou mais preocupado com a saúde e com a falta de dinheiro”, disse.

 

Não por acaso, houve um crescimento dos gastos primários, como dívida de cartão de crédito, prestações, impostos e transportes, que chegam a 58,9%. Por outro lado, caíram despesas com aluguel, FMCG e educação.

 

Para sobreviver nesse ambiente mais complexo e volátil e, ao mesmo tempo, com mais oportunidades do que nos anos anteriores, conhecer bem o consumidor é fundamental para ampliar o mercado. Os produtos e as marcas que encontraram demanda reprimida, ouvindo o consumidor colheram melhores resultados.  “A indústria precisa mostrar para o consumidor os diferenciais de seu produto, deixando claro seus benefícios. Adaptar-se ao cenário mais desafiador e inovar. Esse é o recado”, afirmou Alvarenga.

 

Fonte: Mercado e Consumo


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