Varejo alimentar acerta com promoções e se isola da crise

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Redes registraram a terceira alta consecutiva nas vendas em agosto, e miram final de ano para que recuperação definitiva do setor aconteça ainda em 2016

 


São Paulo - As estratégias de atrair o consumidor ao oferecer produtos com descontos em seus preços originais deram certo e os supermercados, definitivamente, começaram a se isolar da crise econômica que afeta o varejo brasileiro desde 2014.
 
"Os supermercados foram bastante inteligentes e dinâmicos no momento de mais dificuldade para o consumidor. As promoções desenvolvidas pelas redes ajudaram os clientes a manter seus abastecimentos com aqueles produtos em que estavam acostumados, mesmo com seu poder de compra reduzido. Isso se refletiu no desempenho", analisa o consultor de varejo e fundador do grupo AZO, Marco Quintarelli.
 
Gigantes do setor, como o Grupo Pão de Açúcar, Carrefour e Walmart, por exemplo, lançaram campanhas com ofertas e descontos ainda em meados do ano passado, quando a instabilidade econômica estava mais forte.
 
"Leve três, compre dois", "Menor preço" e redução dos preços de alguns produtos para clientes fidelizados foram algumas das estratégias utilizadas pelas varejistas.
 
"Você pode perceber que a quantidade de 'semanas de oferta' e campanhas se multiplicou. O consumidor ficou atento a esse movimento. Agora, ao vislumbrar uma possível estabilidade, a confiança, tanto dos clientes quanto das redes, deverá seguir uma tendência ascendente", prevê.
 
O esforço deu certo: segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), as vendas do setor registraram em agosto a sua terceira alta consecutiva, de 1,73% sobre o mesmo período do ano passado. Além disso, no acumulado dos últimos 12 meses, o índice de vendas no setor apresentou um resultado positivo de 0,80%, o que representa, na visão da Abras e de especialistas consultados pelo DCI, que o varejo alimentar caminha para fechar o ano no azul.
 
Agora, após a nova alta nas vendas, a Abras voltou a rever a estimativa para o consolidado de 2016. Se antes a entidade calculava um avanço de 0,4% frente a 2015, o faturamento das varejistas do setor este ano deve agora superar em ao menos 0,7% o montante calculado no ano passado.
 
Confiança
 
As perspectivas de crescimento, aliadas aos números positivos nas vendas, também ajudaram a elevar o índice de confiança dos empresários do setor supermercadista em agosto. De acordo com a Abras, a expectativa dos supermercados quanto ao seu desempenho nos próximos meses alcançou 56,3 pontos, ante os 50,1 pontos registrados em junho. O indicador da Abras varia de 0 a 100 pontos, sendo 0 o pessimismo total e 100 o otimismo máximo da categoria. (veja o gráfico acima).
 
"Nós vínhamos registrando números negativos até fevereiro deste ano. Após isso, tivemos uma estabilidade e, agora, pela terceira vez, observamos avanço. Esse crescimento deve persistir pelo menos nos próximos três meses", prevê o superintendente da associação supermercadista, Marcio Milan.
 
Para ele, a definição do cenário político também ajudou a elevar a confiança dos empresários. "Certamente influenciou", avalia.
 
Inflação
 
Outro fator que pode ter influenciado na melhora da confiança do setor é a inflação. Pela primeira vez no ano, segundo pesquisa da Abras, a cesta de produtos básicos avaliados pela entidade registrou queda, de 0,27% em agosto.
 
Em média, a cesta com 35 produtos de largo consumo custava, em agosto, R$ 486,04, enquanto em julho o custo médio era de R$ 487,34.
 
A queda foi influenciada, principalmente, pela redução dos preços da cebola, batata, feijão e carne dianteira.
 
"Se o cliente enxerga uma redução nos preços, ele passa a adquirir produtos de outras categorias, o que melhora naturalmente as vendas do supermercado. Esperamos que esse movimento [de queda] permaneça", afirma Milan.
 
Apesar da leve baixa inflacionária, entre o início deste ano e o mês de agosto, a cesta de produtos da Abras acumula alta de 18,04%, muito acima da inflação oficial (IPCA) acumulada no período, de 5,42%. A principal causa da discrepância nos índices, segundo o relatório da entidade, foi a pressão no preço do feijão.
 
Fonte: DCI 


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