Deflação impacta receita nominal do e-commerce e reduz projeção do ano

Leia em 4min 10s

São Paulo - O faturamento nominal do comércio eletrônico cresceu 7,5% no primeiro semestre deste ano, mas foi impactado pela queda nos preços dos produtos. A deflação, que fez com que o tíquete médio crescesse menos no período, levou também a uma redução da projeção para o avanço do ano, que passou de 12% para 10%.

 

Os dados, divulgados ontem pela empresa de pesquisas Ebit, mostraram um crescimento de 3,5% no tíquete médio e de 3,9% no volume de pedidos de janeiro a junho, na comparação com igual período do ano passado. O crescimento menor do gasto, se comparado com anos anteriores, ocorreu pela deflação vista no setor, explica o CEO da Ebit, Pedro Guasti. De acordo com o Índice Fipe Buscapé, a variação de preços no e-commerce nos últimos doze meses finalizados em junho foi de -3,38%.

 

Com o resultado e a perspectiva de que a deflação continue pressionando o tíquete, a Ebit revisou a projeção para o crescimento do indicador no consolidado do ano, passando de uma alta de 8% para apenas 3,3%. "Revisamos a projeção para o tíquete médio em virtude da deflação do primeiro semestre, que acabou sendo maior do que esperávamos", diz.

 

Na plataforma de criação de lojas virtuais Nuvem Shop o cenário em relação ao tíquete médio foi semelhante ao visto no setor. De acordo com o CCO da empresa, Alejandro Vásquez, o valor médio gasto nas lojas da plataforma ficou estável no primeiro semestre do ano, em comparação ao mesmo período de 2016. O motivo, de acordo com o empresário, é justamente o comportamento da inflação no intervalo, que pressionou o indicador para baixo. Já em relação ao volume de pedidos, a Ebit elevou a estimativa para este ano, passando de uma alta de 4% para 6,5%. Guasti explica que a melhora no cenário do varejo e o resultado visto até o momento justificaram a mudança.

 

Mesmo assim, o impacto do volume maior de produtos não será suficiente para compensar o prejuízo que a queda nos preços deve gerar no faturamento nominal, o que explica a redução da projeção a 10%. "Estamos esperando uma deflação de 4% a 5% ao final do ano, e isso vai afetar o faturamento nominal do setor", diz.

 

Para chegar ao crescimento de 10% previsto para 2017, a Ebit espera que no segundo semestre o faturamento do comércio virtual acelere, crescendo entre 12% a 15%. O impulso virá das datas comemorativas (Dia das Crianças, Natal e Black Friday), da demanda reprimida e da melhora no cenário econômico. Já em relação a 2018, a previsão da empresa é que o setor volte a crescer a patamares próximos de seus níveis históricos - em torno de 15% a 20% ao ano.

 

Vendas mobile

 

Grande destaque do resultado dos primeiros seis meses de 2017, as vendas através de dispositivos móveis cresceram mais de 56%, em valor. Foi o avanço dessa modalidade que garantiu o crescimento do faturamento do setor. "Se não fosse o desempenho das vendas mobile, o setor teria retraído no período", afirma o CEO da Ebit. Em relação ao volume de pedidos a expansão foi de 35,9%, frente 2016. Já o valor médio gasto avançou 14,9%.

 

Com a expansão, a participação das vendas via smartphones e tabletes no total do mercado subiu para 24,6%. Ao final de junho de 2016 a participação estava em 18%. Até o final de dezembro, a perspectiva da Ebit é que a fatia das vendas mobile atinja os 30%. "Nos próximos dois anos pode chegar a 35% e acreditámos que no médio prazo deva ultrapassar os 50%", ressalta.

 

Na Nuvem Shop, a participação das vendas através de dispositivos móveis no total já ultrapassou os 40% e até o final do ano Vásquez estima que o valor chegue aos 50%. "O que temos observado é que a venda mobile tem atraído novos consumidores e ajudado muito no crescimento do comércio eletrônico", afirma. Em linha com a visão, o diretor de operações da Ebit, André Dias, conta que o estudo da empresa mostra que 'muitas das primeiras compras no e-commerce são feitas via smartphones'.

 

Assim como no setor, o crescimento das vendas por smartphones e tabletes na Nuvem Shop também foi muito maior do que o desempenho geral da plataforma. Um dos pontos que influiu no avanço, segundo Vásquez, foi a melhora da experiência mobile nas lojas virtuais. "Os e-commerces começaram a oferecer uma experiência de compra por dispositivos móveis melhor, e isso tem contribuído para o aumento das vendas da modalidade."

 

 

Fonte: DCI São Paulo

 

 


Veja também

Black Friday se consolida no ambiente digital e deve render R$ 2,2 bi este ano

São Paulo - A despeito da crise, a Black Friday, realizada tradicionalmente na última sexta-feira de novem...

Veja mais
Vendas do varejo eletrônico devem crescer 10% em 2017, aponta Ebit

O mercado de varejo eletrônico no Brasil deve crescer cerca de 10 por cento em 2017, com perspectiva de bom desemp...

Veja mais
Buscadores geram metade do tráfego no comércio virtual

São Paulo - As ferramentas de busca, como o Google e o Bing, são responsáveis por gerar 49% de todo...

Veja mais
Venda de celular usado vira negócio milionário

São Paulo - Após registrar faturamento próximo a R$ 60 milhões em 2016, a plataforma de celu...

Veja mais
Venda on-line sobe 10% no Dia dos Pais

-As vendas do Dia dos Pais, celebrado no último domingo, movimentaram R$ 1,94 bilhão no comércio el...

Veja mais
22% dos internautas têm o hábito de comprar em sites e aplicativos de descontos

Com o aumento no número de usuários de smartphones, é comum encontrar quem acessa sites ou aplicati...

Veja mais
Sebrae-SP promove evento para aproximar tecnologia dos empreendedores

MPETech Day será realizado no próximo dia 29 em todo o Estado, com programação de palestras ...

Veja mais
Totvs vai investir R$ 8 milhões na inovação de supermercados

A gigante brasileira de software Totvs anunciou a abertura de um nova diretoria dedicada exclusivamente para o setor sup...

Veja mais
Atacado Vila Nova investe em loja virtual

O Atacado Vila Nova lançou nova loja virtual. No mercado há quase 90 anos, a rede atacadista é uma ...

Veja mais