Entrega em 24 horas é a nova cereja do bolo

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Em busca do equilíbrio entre o tempo de distribuição do pedido e o preço final da mercadoria, empresas de logística e de e-commerce querem conquistar o consumidor com entregas em até 24 horas no território nacional. Movimento dará força aos ‘hubs’ especializados em gestão de estoque.

 

Um dos exemplos de plataformas de marketplace que resolveu aperfeiçoar a etapa de entrega do produto ao comprador é o Mercado Livre. “A entrega dos produtos virou um pilar fundamental dentro do negócio nos últimos anos. Começamos a organizar e categorizar todos os produtos que tínhamos em nossos centros de distribuição. Todo esse processo foi possível por meio da criação de um sistema próprio de gestão interna integrado aos parceiros de entrega”, afirmou o diretor de operações do grupo, Leandro Bassoi.

 

De acordo com o executivo, esse processo é denominado como cross docking e permite um maior controle sobre o giro de cada mercadoria nos cinco centros operativos do negócio. Antes, a plataforma realizava exclusivamente a ponte entre o usuário e o seller. Ainda segundo Bassoi, a recente guinada no posicionamento da empresa promoveu uma alta de 90% no número de entregas realizadas no dia seguinte à compra. Batizado como Mercado Envios Logistics, o modelo de atuação conta com mais de 500 vans para realizar a entrega dos itens pelo Brasil.

 

“Percebemos que apenas os grandes vendedores, com mais de mil encomendas por dia, eram atendidos nessa distribuição. Dessa forma, demos atenção também aqueles sellers menores que vendiam dez itens por dia”, declarou ele.

 

Além disso, o executivo mencionou outro tipo de iniciativa que pode aumentar o nível de eficiência das entregas “next day” na operação do grupo na Argentina. “Começamos a utilizar motoqueiros autônomos para nos tornar mais competitivos em termos de custo. Ganhamos, a partir disso, 60% de participação nas entregas na região e um aumento de 87% na categoria de entrega ‘same day’”, complementou o executivo.

 

Em perspectiva com a linha de raciocínio do executivo, o CEO da empresa especializada em armazenagem urbana de estoques GoodStorage, Thiago Cordeiro, destaca a importância do planejamento urbanístico para viabilizar a eficiência dos centros de distribuição, os quais deveriam estar melhor localizados nas cidades. “Diante desse cenário, vemos o surgimento de pequenos boxes em prédios comerciais. A entrega dos pedidos online é feita por bikers no perímetro desses bairros”, argumentou ele, destacando que esses modelos de abastecimento devem se tornar mais comuns no futuro.

 

Para Cordeiro, um pensamento mais colaborativo entre as empresas do setor de e-commerce e de logística deverá nortear o rumo da eficiência das entregas. “O planejamento de centros urbanos menores torna viável o processo de ‘última milha’ ao cliente, considerando que muitas vezes se o e-commerce fizer tudo sozinho a conta pode sair cara”, comentou o CEO.

 

Já na avaliação do diretor de operações da Via Varejo – controladora das marcas Casas Bahia e Via Varejo –, Edgard Liberali, a grande questão a ser resolvida é identificar as principais categorias de maior giro dentro de cada região. “Não adianta o varejista começar a implementar novas tecnologias se não tem os dados suficientes para entender realmente como que os clientes se comportam em termos de frequência de consumo e também as categorias preferidas”, argumentou ele.

 

Para o executivo, esse tipo de análise é importante para alinhar a gestão de estoque das unidades da rede com a eficiência das entregas num curto prazo de tempo. “Se esses indicadores de fluxo não estiverem bem alinhados entre si, o estoque tende a ficar parado nessas operações. Com o tamanho do sortimento que atualmente temos, essa seleção sobre o portfólio disponível no negócio deve ser feita com muito cuidado. Uma das maiores frustrações de um consumidor ao chegar a alguma rede varejista e descobrir que aquele item o qual procurava não está mais disponível na loja na hora da compra”, complementou o executivo.

 

Fonte: DCI

 

 


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