Comércio da Capital está otimista com resultado de novembro

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Vendas do Black Friday devem impulsionar negócios

 


O faturamento do comércio em outubro ficou aquém do esperado para grande parte dos lojistas da capital mineira. Segundo 70,1% dos empresários belo-horizontinos, o resultado do mês foi pior na comparação com o mesmo período de 2015. A deterioração da receita no último ano, no entanto, não tira a confiança dos comerciantes. Contando com um bom desempenho nas vendas da Black Friday, ocorrida na última sexta-feira (25), e o estímulo das festas de fim de ano, 70,9% dos varejistas de Belo Horizonte vislumbram melhora nos ganhos em novembro. Este percentual é superior ao apurado no ano passado (66,6%), o que mostra um setor mais otimista para os números neste mês.

 

Os dados fazem parte da pesquisa bimestral Análise do Comércio Varejista, desenvolvida pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG). Analista de pesquisa da entidade, Elisa Castro explica que a piora em outubro frente a igual mês no ano anterior já era esperada devido ao cenário de retração do consumo vivido pelo País. Em 2016, as vendas apresentaram queda de modo geral, sendo que nem as principais datas comemorativas para o varejo conseguiram escapar dos efeitos da crise econômica.

 

"O comércio, porém, tem se adaptado para conseguir mudar este quadro. E o que ele tem feito para melhorar esta expectativa e que é o motivo de tanta confiança são as suas ações. O comércio tem se preocupado em investir no atendimento, em oferecer promoções, tudo de forma a atrair o consumidor, que já está em menor número e com menos dinheiro disponível para as compras", analisa Elisa Castro.

 

O segmento mais confiante em um crescimento das vendas em novembro é o de móveis e eletrodomésticos. Para 86,4% dos empresários deste ramo, a tendência é de que a receita apresente um incremento no mês. A oferta de grandes descontos típicos da Black Friday, assim como a injeção no mercado do 13º salário, está entre as razões para o maior otimismo desses lojistas. Por trabalhar com produtos de maior valor agregado, esse segmento depende diretamente da maior disponibilidade de renda e crédito para efetivar a venda.

 

Na sequência, aparecem os empresários da categoria "outros artigos de uso pessoal e doméstico" (82,6%) e do segmento de "equipamentos e materiais para escritório, informática e de comunicação" (80,0%). Liquidações - Apostando em preços competitivos, 68,3% dos lojistas garantiram que fariam liquidações e promoções neste mês. Em outubro, 58,8% utilizaram a estratégia para impulsionar as vendas. "O empresário tem colocado uma expectativa boa neste período de fim de ano. Ele já vem de um contexto de redução de consumo, mas sabe que agora é a oportunidade que tem de conseguir terminar o ano com a loja em uma situação estável. Existe sim a influência da Black Friday, que é uma grande ação e com certeza pesou para uma melhor expectativa para novembro", avalia a especialista.

 

No mês passado, 56,1% dos empresários venderam mais ou igual a setembro. O percentual representa uma evolução do segmento que, em 2015, na mesma base de comparação, teve um universo menor de lojistas neste grupo: 52,7%. Ainda no décimo mês do ano, 64% dos varejistas relataram apresentar uma saúde do fluxo de caixa melhor em relação ao mês anterior. Apenas 3,5% registraram piora e 32,5% se mantiveram estáveis no confronto com setembro.

 

Entre os entrevistados, 61,1% também disseram ter fechado outubro com o estoque no ponto ideal. O resultado é inferior ao apurado na avaliação anterior (68,5%). Um dos fatores que pode ter contribuído para essa redução é o preço dos produtos dos fornecedores, que teria aumentado segundo 45,6% dos empresários de Belo Horizonte. Para novembro, porém, a expectativa de 72,8% dos lojistas é de que os valores não sofram alterações.

 

Apesar do interesse em vender sempre mais, os comerciantes se mostram atentos ao alto índice de inadimplência entre os consumidores da Capital. Para não cair na armadilha, 81,8% dos entrevistados revelaram não aceitar cheques. Outras medidas bastante populares no varejo para evitar o calote são a capacitação de colaboradores (10,3%) e o recebimento de cheques só de clientes fidelizados (7,1%). Em outubro, 63,7% da receita obtida pelos lojistas foi por meio do pagamento à vista (cartão de débito, dinheiro ou cheque).

 

 

Fonte: Diário do Comércio de Minas

 

 


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