Fabricantes de brinquedos esperam ampliar em 11% as vendas neste ano 2

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A demanda interna continua pressionada pela crise econômica, entretanto, industriais apostam na melhora da confiança do brasileiro, nos produtos para todos os bolsos e em relançamentos

 



São Paulo - As fabricantes de brinquedos devem enfrentar mais um ano de demanda ainda pressionada pelo cenário econômico, mas projetam alta de pelo menos 11% nas vendas.  "O setor deve buscar crescimento [na média] em torno de 11% para as vendas", afirmou o presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), Synésio Batista da Costa. Ele estima que o volume de lançamentos da indústria em 2017 deve ficar em linha com o registrado no ano passado, com até 1,8 mil novos modelos.


Em 2016, a setor produziu 2% acima do ano anterior, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Um ano antes a indústria de brinquedos encolheu 12,1%. "O setor está segurando ao máximo os custos de produção e pretendemos manter ou recuperar mais o terreno da indústria brasileira, que atualmente responde por 60% do mercado e 40% é de importados", acrescentou o dirigente da Abrinq.


A brasileira Estrela, que tem como estratégia alternar a produção local e importação de brinquedos, inaugurou este ano uma fábrica no Paraguai. "Temos três unidades no Brasil, mas em fevereiro inauguramos nossa primeira planta fora do País. Essa fábrica vai possibilitar a importação de partes vindas do mercado asiático para montagem no Paraguai. E, com isso, será permitida a entrada no Brasil e em outros países do Mercosul", explicou ao DCI o diretor de marketing da companhia, Aires Fernandes.


De acordo com ele, o nível de Utilização da Capacidade Instalada (UCI) nas fábricas deve atingir em torno de 80% este ano, em linha com 2016.  "Houve uma retração grande do mercado no ano passado, mas com queda do produto importado, o que abriu espaço para a indústria nacional abocanhar parte desse espaço", observou Fernandes. Para 2017, o executivo estima alta de 15% no faturamento, com o volume de vendas avançando em ritmo similar.

 


"Estamos otimistas e mesmo que ainda não exista uma reversão [do quadro econômico], já vemos sinais de que a economia começa a girar e 70% do nosso negócio se resolve no segundo semestre", comentou o executivo da Estrela. Já a Xalingo quer estimular as vendas para o varejo ao longo de todo o ano. A estratégia da fabricante é não concentrar todos os lançamentos para o ano na Feira Brasileira de Brinquedos (Abrin), principal evento do setor, programada para a semana que vem.

 


"Sempre concentramos os lançamentos na feira, mas como ela acontece mais cedo neste ano, estamos fazendo alguns lançamentos agora, em comemoração aos 70 anos da Xalingo e vamos lançar outros produtos ao longo do ano, estimulando a demanda, já que teremos novidades sempre", afirmou o diretor de operações da Xalingo, João Carlos Ebert. A fabricante espera lançar cerca de 70 produtos este ano.

 


Portfólio

 


O diretor da Xalingo conta que os produtos mais baratos são a principal aposta da companhia em 2017, conforme ocorreu no ano passado. "O ticket médio em 2017 será menor e estamos direcionando os investimentos em produção para brinquedos numa faixa de preço entre R$ 39 e R$ 69 nos pontos de venda", disse.
Do outro lado, o diretor de marketing da Estrela vê o fortalecimento da marca em jogos, além de contar com a expansão nas linhas de massa de modelar e bonecas. "Vamos entrar em segmentos que não estávamos de forma enfática nos últimos anos, um deles é a linha de pelúcia, que não só para crianças, tem participação no Dia dos Namorados e Natal", afirmou ele.  A empresa, que este ano comemora 80 anos, vai relançar brinquedos que fizeram sucesso em décadas passadas.  "É uma celebração [do aniversário] e quem teve o brinquedo quer comprar de novo e presentear uma criança ou até comprar para colecionar, como público geek", observou o executivo da Estrela.

 



Fonte: DCI


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