O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, divulgado ontem (13) pelo instituto, mostra um recuo mais expressivo no ritmo de crescimento dos preços para a parcela mais rica da população em fevereiro, na comparação com o mesmo mês de 2017.
Conforme o levantamento, o resultado é devido aos reajustes das mensalidades escolares em 2018 (7,0%, em média, nos ensinos infantil, fundamental e médio) ficaram cerca de 2 pontos percentuais abaixo do registrado no ano passado.
Enquanto em fevereiro de 2017, a inflação do segmento de renda alta havia sido de 0,78%, no mesmo mês deste ano ela fechou em 0,66%. Para as famílias de renda muito baixa, essa variação foi de 0,09% para 0,08%. Com esses resultados, nos dois primeiros meses de 2018 a inflação das famílias de renda menor correspondeu a quase um terço da registrada na classe de renda mais alta.
Em janeiro, a inflação do segmento de renda alta havia ficado em 0,36%. “O reajuste das mensalidades escolares, ocorrido em fevereiro, impacta mais fortemente os mais ricos, pois a maioria dos alunos matriculados na rede privada de ensino pertencem a essa faixa de renda”, explica Maria Andreia Lameiras, técnica de planejamento e pesquisa do Ipea e autora do estudo, por meio de nota à imprensa. A inflação geral, medida pelo IPCA, teve alta de 0,32% no período.
Entre as famílias de renda muito baixa, a inflação recuou entre os dois primeiros meses do ano – havia sido de 0,23% em janeiro –, puxada pela redução de preços dos alimentos. “Desde o início de 2017, estamos com um comportamento muito favorável para o grupo alimentício. E como os mais pobres dedicam uma parcela maior de sua renda para esse o grupo, o impacto nessa faixa é maior”, afirma Maria Andreia, na mesma nota.
O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda é calculado com base nas variações de preços de bens e serviços pesquisados pelo Sistema Nacional de Índice de Preços ao Consumidor (SNIPC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Fonte: DCI