Rodrigo Maia quer começar discussão da reforma da Previdência nesta quinta-feira

Leia em 3min 40s

“A gente não pode correr o risco de ir com uma margem muito distante dos 308 votos necessários, para não gerar um ambiente de derrota”, explicou o presidente da Câmara. Oposição quer obstruir todas as votações em Plenário, inclusive a análise do Orçamento

 

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou que pretende começar a discussão da reforma da Previdência (PEC 287/16) no Plenário a partir de quinta-feira (14). Em entrevista, disse ainda que, se o governo conseguir os votos, a proposta poderá ser votada a partir de terça-feira (19).

 

“A gente não pode correr o risco de ir com uma margem muito distante de 308 votos, tem que ter uma base grande para não gerar um ambiente de derrota. Para tudo isso, é preciso que os líderes da base e o novo secretário de governo organize os votos”, explicou.

 

Rodrigo Maia disse que a margem de segurança para conseguir aprovar a proposta é ter aproximadamente 330 parlamentares favoráveis ao texto. Ele também negou que pretenda iniciar a votação mesmo sem estar próximo dos 308 votos necessários, como sugerem alguns membros da equipe econômica do governo.

 

“Tem que fazer conta, não é ir para o tudo ou nada. Se tiver 270 votos, ir para o tudo ou nada significa o quê? Se jogar do 30º andar sem rede e sem paraquedas. Eles [da equipe econômica] que se joguem! A Câmara vai votar se tiver voto”, disse.

 

“Se a gente estiver longe dos 308 e colocar para votar, em vez de 280 vamos ter 150 votos no Plenário, e aí a sinalização é que haverá um número minoritário para aprovar as reformas necessárias”, afirmou.

 

O presidente da Câmara destacou que a proposta não vai sair da pauta da Câmara enquanto não for aprovada e que não “vai jogar a toalha”. Para Rodrigo Maia, os parlamentares favoráveis à reforma da Previdência defendem o crescimento econômico e a geração de empregos – os contrários, segundo ele, querem o retorno da hiperinflação e uma alta taxa de desemprego.

 

Sem prazo
Relator da comissão especial que analisou a proposta, o deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA) defendeu a aprovação da reforma da Previdência, não importa a data. “Não tem porque ter essa obrigatoriedade [neste ano]. Quero aprovar a reforma. Se vai ser na semana que vem, no ano que vem, não importa. A data é pouco significativa”, disse.

 

Segundo ele, a sociedade tem demonstrado apoio à proposta. “Tenho certeza de que esse debate será esclarecedor para a sociedade brasileira, muito importante que as pessoas observem, para se convencer de que a PEC representa o fim dos privilégios”, disse.

 

Oposição
O líder da Minoria na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), disse que a oposição pretende obstruir todas as votações em Plenário, na Câmara e no Congresso, até que o governo desista de votar a reforma da Previdência.

 

Segundo Guimarães, atualmente são 271 deputados contrários ao texto. “É uma obstrução política. Os governistas não têm coragem de marcar a data, e o Congresso fica nessa instabilidade porque eles não têm votos”, disse.

 

Vice-líder da Minoria na Câmara, o deputado Henrique Fontana (PT-RS) criticou o discurso do governo. “Esta reforma não tem nada de combate a privilégios, mas propõe cortes no valor das aposentadorias de 30%, 40%, 50% para pessoas que, pela regra atual, se aposentariam com R$ 1.500, R$ 2.000, R$ 2.500 por mês”, disse.

 

Para Fontana, é inaceitável que o governo altere o pacto previdenciário sem nenhuma regra de transição. “Um trabalhador que está esperando para se aposentar dentro de três meses com R$ 2.000 pode ter um corte de R$ 800 no benefício após essa reforma”, explicou.

 

“Essa reforma, na transição, joga as pessoas com deficiência para fora do sistema, 70% dos trabalhadores rurais estarão excluídos do sistema previdenciário brasileiro”, afirmou a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

 

Saiba mais sobre a tramitação de PECs

 

ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

 

 

Reportagem - Luiz Gustavo Xavier


Edição - Ralph Machado

 

 

Fonte: Agência Câmara Notícias (12.12.2017)


Veja também

Quem reduzir consumo de energia terá bônus na conta, diz secretário

Bônus será para quem economizar 10% de energia com relação a 2020   O Brasil passa pel...

Veja mais
Confaz prorroga até 31 de dezembro a isenção de ICMS sobre transporte no enfrentamento à pandemia

Convênios prorrogados também amparam empresas, autorizando que os estados não exijam o imposto por d...

Veja mais
Mapa estabelece critérios de destinação do leite fora dos padrões

PORTARIA Nº 392, DE 9 DE SETEMBRO DE 2021   Estabelece os critérios de destinação do le...

Veja mais
Empresa não deve indenizar por oferecer descontos apenas a novos clientes

Não há vedação legal para que fornecedores de serviços ofereçam descontos apen...

Veja mais
Justiça do Trabalho é incompetente para execução das contribuições sociais destinadas a terceiros

A 9ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT/RJ), ao julgar um agravo de petiç&...

Veja mais
Corte Especial reafirma possibilidade de uso do agravo de instrumento contra decisão sobre competência

A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) acolheu embargos de divergência e reafirmou o entend...

Veja mais
Partidos questionam MP sobre remoção de conteúdo das redes sociais

Seis legendas buscam no STF a suspensão dos efeitos da norma assinada pelo chefe do Executivo federal.   O...

Veja mais
Consumo das famílias cresce 4,84% em julho, diz ABRAS

Cebola, batata e arroz foram os produtos com maiores quedas no período   O consumo das famílias bra...

Veja mais
Lei que prorroga tributos municipais na epidemia é constitucional, diz TJ-SP

Inexiste reserva de iniciativa de projetos de lei versando sobre matéria tributária, a teor do dispos...

Veja mais