Itens lideram produção da indústria de alimentos e bebidas; 24 dos 26 ramos encolheram
A produção da indústria de alimentos e de bebidas teve desempenho positivo em junho, com avanço de 3% e 3,6% em relação ao mês imediatamente anterior, informou o IBGE nesta terça (4).O setor de alimentos foi ajudado pela indústria de carnes, sobretudo de aves. Nas bebidas, a contribuição positiva veio do suco de laranja.
Com os resultados positivos, a produção de bens de consumo semi e não duráveis teve dois meses seguidos de recuperação, após sete meses consecutivos de queda.Segundo Thaís Zara, economista da Rosenberg & Associados, o resultado da categoria foi o principal motivo para a produção industrial de junho ter ficado um pouco melhor do que o previsto.
Em junho, a produção recuou 0,3% na comparação ao mês anterior, influenciada pela queda de produção dos ramos de máquinas e equipamentos e equipamentos de informática.A principal influência negativa veio da indústria de veículos, reboques e carrocerias, que teve queda de 20,7% no primeiro semestre comparado com o mesmo período do ano anterior.Ela faz parte do setor que produz bens duráveis (que também inclui eletrodomésticos), que teve uma queda total de 14,6% no primeiro semestre.
A área sofre porque é sensível à taxa de juros e ao crédito, mas não está sozinha: todas as quatro grandes categorias econômicas pesquisadas pelo IBGE tiveram queda na produção.Dos ramos acompanhados, 24 dos 26 tiveram perdas, assim como 70,1% dos 805 produtos pesquisados, o que contribuiu para que esses fossem os piores seis primeiros meses do ano desde 2009, quando o setor ainda sentia os efeitos da crise global e teve queda de 13%.
No primeiro semestre, a queda da indústria foi de 6,3%. A categoria de bens de capital –que produz máquinas para indústrias, agricultura– teve queda de 20%.Quando comparado ao mesmo mês do ano passado, a queda da indústria em junho foi de 3,2%, a 16ª consecutiva na comparação com o mesmo mês do ano anterior.
Os economistas consultados pela agência Bloomberg esperavam, em média, recuo de 0,7% em junho sobre maio, e queda de 5% em comparação ao mesmo mês de 2014.
André Macedo, técnico do IBGE, diz que ainda é cedo, porém, para falar em mudança de tendência na produção de bens semi e não duráveis, apesar dos dois meses de recuperação. Segundo ele, o desempenho continua pressionado por estoques elevados e queda da demanda.
Veículo: Jornal Folha de S.Paulo