Com os resultados positivos, a produção de bens de consumo semi e não duráveis teve dois meses seguidos de recuperação
A produção da indústria de alimentos e de bebidas teve desempenho positivo em junho, com avanço de 3% e 3,6%, respectivamente, frente ao mês imediatamente anterior, informou o IBGE nesta terça-feira (4).
O setor de alimentos foi ajudado pela indústria do complexo de carnes, sobretudo de aves. No caso das bebidas contribuição positiva veio do ramo de sucos de laranja.Com os resultados positivos, a produção de bens de consumo semi e não duráveis teve dois meses seguidos de recuperação, após sete meses consecutivos de queda.
Segundo Thaís Zara, economista da Rosenberg & Associados, o resultado da categoria foi o principal motivo para a produção industrial de junho ter ficado um pouco melhor do que o previsto pelo mercado.
Em junho, a produção recuou 0,3% na comparação ao mês imediatamente anterior, influenciada pela queda de produção dos ramos de máquinas e equipamentos e equipamentos de informática.Quando comparado ao mesmo mês do ano passado, a queda da indústria em junho foi de 3,2%. Foi a 16ª queda consecutiva da produção industrial brasileira na comparação ao mesmo mês do ano anterior.
Os economistas consultados pela agência Bloomberg esperavam, em média, recuo de 0,7% em junho sobre o mês anterior. E tivesse queda de 5% frente ao mesmo mês de 2014.André Macedo, técnico do IBGE, diz que ainda é cedo, porém, para falar em mudança de tendência na produção de bens semi e não duráveis, apesar dos dois meses de recuperação."Em sete meses de queda o setor acumulou uma taxa negativa de 8,5%. E em dois meses de alta, subiu 2,9% sobre uma base menor. Existe ainda um saldo negativo de 5,8% para o segmento recuperar", disse o técnico do IBGE.
Segundo ele, a avaliação sobre o desempenho do segmento de bens semi e não duráveis continua o mesmo do restante da indústria do país, pressionada por estoques elevados e queda da demanda.
O IBGE divulgou nesta terça-feira (4) que a produção industrial encolheu 6,3% no primeiro semestre deste ano, na comparação ao mesmo período do ano passado, o pior resultado desde 2009 (-13%).Para se ter uma ideia da situação da indústria, a produção que saem das fábricas do país está no mesmo patamar de julho de 2009, quando o setor ainda enfrentava a crise iniciada no mercado hipotecário dos Estados Unidos.Em comparação ao pico do setor, registrado em junho de 2013, a produção industrial está 12,2% menor, informou Macedo.
Veículo: Jornal do Commercio - PE