Pode até ser saudável, mas é polêmico e, no mínimo, insosso. Depois de proibir o uso de gordura trans em alimentos industrializados e obrigar a indústria a diminuir o volume de sal, agora o governo federal, através da Anvisa, quer diminuir o uso de açúcar.
Em gorduras trans, o Brasil acabou sendo pioneiro e, mesmo antes dos Estados Unidos, em 2007, começou a bani-las dos produtos industrializados e alcançou a meta definida pela Organização Panamericana de Saúde e retirou 230 mil toneladas de gorduras trans das prateleiras dos supermercados brasileiros. Quanto ao sal, embora sendo responsável por apenas 23,8% do sódio consumido pelos brasileiros (72,2% é adicionado diretamente pelos consumidores), a indústria desenvolve programa que retirará 28 mil toneladas de sódio até 2020.
Até agora já foram retiradas 7.652 tonleadas dos alimentos. O setor levou o problema tão a sério que até incentivou indústrias a criarem substitutos para o sal, sem os malefícios do sódio, e eles serão apresentados ao mercado em breve. O caso do açúcar é mais problemático, segundo falou Edmundo Klotz, presidente da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia), especialmente para coluna.
A indústria buscará uma saída tecnológica, “mas como alcançar as milhares de doceiras que existem em cada esquina do País”, perguntou, “como chegar às crianças, que comem doces quase todos dias, industrializados ou feitos em casa?” A campanha sobre os malefícios do sal tem muitos anos. Poucos sabem que o açúcar chega a ser considerado, por alguns, “um veneno”. Além do mais, sua produção é um dos sustentáculos da economia brasileira.
Veículo: Jornal do Comércio - RS