A tradicional cooperativa Batavo, fundada pelos holandeses há 90 anos, passará a chamar Frísia Cooperativa Agroindustrial. Assim como o anterior, o novo nome indica uma região da Holanda. A cooperativa está localizada em Carambeí (PR), região próxima de Curitiba.
Além da mudança de nome, a cooperativa passa a investir mais na suinocultura, avança para Tocantins, inaugura em breve uma unidade de leite em Itapetininga (SP) e já tem como meta a entrada no setor de energia.O avanço na produção de suínos permitirá também à antiga Batavo aumentar o processamento de carne. Nas próximas semanas, a Frísia coloca em operação a maior granja de suínos da América Latina.
Com investimentos de R$ 40 milhões e componentes importados da Alemanha e dos Estados Unidos, a nova unidade vai abrigar 5.000 matrizes e produzir 500 leitões por dia.A meta é ousada. Associada a outras duas cooperativas da região -Capal e Castrolanda-, a Frísia passou a industrializar novos produtos.
No setor de carne suína, a meta é atingir um total de 90 mil matrizes reprodutoras em dez anos, o que garantirá a colocação de 9.200 animais por dia no frigorífico das três cooperativas. Pelo menos 25% desse volume será fornecido pela Frísia.O avanço da suinocultura é importante para os associados da cooperativa, segundo Renato Greidanus, presidente da entidade.
Fortes no cultivo de grãos, os produtores da região já melhoraram muito em rendimento. Mas a suinocultura cria uma nova perspectiva de renda. Como o produtor já é profissional, tem escala e gestão, os custos de produção deverão cair, segundo ele.
Se os produtores atingirem a capacidade de abate do frigorífico, a produção de carne suína em 2025 será próxima de 1 mil toneladas por dia.Mauro Sergio Sousa, gerente da unidade de negócios e pecuária da Frísia, diz que as condições de produção vão deixar a cooperativa apta a exportar para os países europeus.
A granja segue os padrões exigidos pelo mercado europeu, com gestação coletiva, climatização e bem estar animal.A cooperativa, que já exporta para Hong Kong, deve chegar também ao mercado russo.
A Frísia escolheu Tocantins como uma nova área de expansão porque no Estado há um predomínio de produtores de médio porte, os quais se adaptam bem ao sistema cooperativista.A cooperativa, que já disporá de uma unidade armazenadora nesta safra 2015/16, quer levar o seu modelo para a região, diz Greidanus.
Veículo: Jornal Folha de S.Paulo