Faturamento real da indústria mineira tem alta de 3,8%

Leia em 3min 10s



Resultado de novembro atenua queda no ano

 



O mês de novembro foi de certo alívio para a indústria mineira, que viu não só o faturamento real, mas também o número de horas trabalhadas crescer em relação a outubro. Enquanto a receita do setor avançou 3,8%, o tempo de produção teve um incremento de 2,5%. A melhora serviu para atenuar a retração generalizada sofrida pela indústria no ano. O setor, no entanto, ainda estima queda de 12,97% no faturamento no fechamento de 2016.


Dos 16 segmentos contemplados na pesquisa Indicadores Industriais de Minas Gerais (Index), da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), oito registraram alta na receita em novembro. A maior variação positiva ocorreu na indústria de produtos de metal (+44,0%), devido ao aumento das vendas de material bélico e estruturas metálicas para o mercado nacional e ao fechamento de novos contratos.


Outros dois ramos que tiveram grande contribuição para o resultado do faturamento no mês foram os de derivados de petróleo e biocombustíveis (+17,1%) e vestuário (+11,4%), que apresentaram elevação na demanda interna.


Em sentido oposto, as variáveis emprego (-0,9%), massa salarial (-2,5%) e rendimento médio real (-1,3%), que também compõem o indicador da atividade industrial do Estado, retraíram no período. Já a taxa de utilização da capacidade instalada (UCI) ficou em 76,3%, praticamente estável quando confrontada com a de outubro: 76,1%.


O incremento de novembro, no entanto, não empolgou o setor, que ainda amarga dados ruins no que se refere ao ano de 2016. “Novembro teve uma característica de atividade industrial mais aquecida. Porém, no acumulado do ano, os resultados do setor ainda estão bem negativos. Logo, mesmo com o crescimento no mês, a indústria mineira deve encerrar o ano com os indicadores em queda”, avalia a economista da Fiemg, Annelise Fonseca.

 

“Vilã” - Na comparação com novembro de 2015, o faturamento da indústria do Estado recuou 4,9%. No acumulado do ano, a retração nos ganhos é ainda mais expressiva, 11,8%, sendo que, desse total, o segmento de veículos responde por 8,18 pontos percentuais. Com isso, a indústria de automóveis permanece como a grande “vilã” do setor em Minas, amargando em 2016 a maior variação negativa entre as diferentes áreas de atuação (-41,2%).

 

E uma receita menor significa menos postos de trabalho disponíveis. Em novembro passado, o emprego na indústria caiu 4,3% frente a igual período de 2015, e no acumulado do ano a queda chegou à 7,3%. Os segmentos que mais demitiram em Minas Gerais de janeiro a novembro de 2016 foram produtos de metal (-37,2%), máquinas e equipamentos (-21,5%) e têxtil (-14,1%).


Para 2017, Annelise Fonseca não visualiza uma recuperação do nível de emprego no curto prazo e afirma que a expectativa é por uma estabilização na deterioração desse indicador. “O emprego vai deixar de cair, mas vai demorar a recuperar os níveis anteriores. O indicador de emprego costuma ser o último a apresentar queda, mas como a indústria agora está ociosa, ele vai demorar a ter uma retomada”, pondera a economista.


Na análise por segmento, apesar da influência negativa ao longo de 2016, o ramo de veículos apresentou uma pequena melhora do faturamento em novembro frente a outubro, de 5,8%. As horas trabalhadas na produção (+22,3%) e a utilização da capacidade instalada (+5,3%) na indústria de automóveis também tiveram aumento, provocado pelo retorno ao trabalho de funcionários que estavam em férias coletivas. Na metalurgia, a receita cresceu 5,5% na mesma base de comparação, enquanto no ramo de alimentos o incremento foi de 2,1%.

 


Gabriela Pedroso


Fonte: Diário do Comércio de Minas

 

 


Veja também

Das empresas pequenas só 39% aceitam cartões

Mesmo com a baixa proporção atual, Sebrae diz que a chance de crescer é maior entre as que aceitam ...

Veja mais
Banda larga ganha 84 mil novos acessos

São Paulo - Foram registrados 84 mil novos acessos de banda larga em novembro passado, informou a Agência N...

Veja mais
Ibevar: intenção de compra em SP no 1º tri atinge pior resultado desde 2002

Apenas 39% dos paulistanos expressam interesse em comprar bens duráveis   SÃO PAULO - A inten&ccedi...

Veja mais
Faturamento de atacadistas cai 2,7% em novembro

A queda de faturamento das atacadistas e distribuidoras se agravou na segunda metade de 2016. Não era o que o set...

Veja mais
Preço do feijão deve estimular produtores no Rio Grande do Sul

Rendimento das primeiras lavouras gaúchas tem sido muito positivo   A tendência nas últimas s...

Veja mais
Comércio registra crescimento de 2% nas vendas

 O destaque ficou por conta dos supermercados, hipermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo   ...

Veja mais
Atividade econômica registra alta de 0,20% em novembro, diz BC

Resultado favorável do período foi puxado pelas vendas do varejo, que cresceram 2% em novembro frente ao m...

Veja mais
Empresários creem em melhora da economia, mas devem investir menos em ampliação

 SÃO PAULO - Pesquisa feita com empresários do varejo e do setor de serviços mostra que 58,4% ...

Veja mais
JBS prioriza margem maior e exclusividade com varejistas

 Renato Costa, presidente da JBS Carnes, que prevê aumentar de 600 para 700 o número de açougue...

Veja mais