Paraná lidera registros de praga em lavouras

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A ferrugem asiática é mais uma vez a principal preocupação dos produtores de grãos. Diferentes regras estaduais de defesa sanitária gera grande problema, especialmente, nas áreas paranaenses

 



São Paulo - As atuais condições climáticas e a falta de unificação sobre as práticas obrigatórias de defesa vegetal, como o vazio sanitário na soja, fizeram com que o Paraná despontasse em ocorrências de ferrugem asiática, fungo que afeta lavouras. De acordo com o Consórcio Antiferrugem da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a safra 2016/2017 conta com 121 casos da praga espalhados pelo País, dos quais 52 foram encontrados no Paraná. Em segundo lugar no ranking, aparece o Rio Grande do Sul, com 24 ocorrências.


"Existem outras pragas e doenças nas lavouras, mas a ferrugem é o que realmente nos preocupa e exige a aplicação de medidas contenciosas", afirma o gerente de sanidade vegetal da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), vinculada à Secretaria de Agricultura do Estado, Marcílio Martins Araújo. Segundo ele, a incidência de chuvas está mais alta na região, tornando o campo mais propício para infestações em relação ao ano passado. Com relação ao clima, esta temporada conta com a presença do fenômeno climático La Niña.


Além disso, Araújo destaca que o Paraná, por obrigações legais, cumpre as normas de vazio sanitário, período em que o produtor não pode ter plantas vivas de soja para não comprometer o bom desempenho dos defensivos. Já em estados próximos como Rio Grande do Sul e Santa Catarina não existe a obrigatoriedade, o que favorece a transmissão interestadual do problema. "A legislação precisa ser trabalhada, assim como acontece no Centro-Oeste, onde Mato Grosso e Goiás, por exemplo, seguem as mesmas medidas", sugere ele.

 



Centro-Oeste
Nas plantações do Centro-Oeste os problemas foram distintos. As maiores ocorrências no Mato Grosso - maior produtor de grãos do País - foram, no início, a presença de Spodoptera (lagarta). Houve infestação de quatro espécies, mas com predominância da Spodoptera frugiperda, sendo necessário fazer controle devido ao dano econômico na cultura, mesmo em soja intacta, geneticamente melhorada. No caso da ferrugem, prevendo um ano mais chuvoso, os produtores fizeram planejamento de melhores programas de controle da doença. Com menor incidência de chuvas concentradas, não houve progresso da doença pelas condições desfavoráveis ao fungo.


"No início da cultura, houve infestações de lagarta das vagens (Helicoverpa e Heliothis), mas tranquilamente controlada pelos produtores", destaca a coordenadora da Comissão de Defesa Agrícola da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja), Roseli Giachini.


Segundo ela, que também é produtora rural, a grande diferença deste ciclo é que, em anos mais secos, há infestação de pragas de solo, como Elasmo, e maior infestação de mosca branca e ácaros. "Como o clima foi mais propício para o desenvolvimento da cultura, tivemos menos danos com essas pragas favorecidas por tempo seco", observa.


A mosca branca também gerou alerta e, com os veranicos, se intensificou, mas as infestações foram menores que na safra 2015/2016. No ciclo passado, houve muitos danos, devido à maior ocorrência de chuvas. "Agora, temos um melhor controle devido à opção de novos princípios ativos com maior eficiência", conclui ela.

 


Nayara Figueiredo


Fonte: DCI - São Paulo

 

 

 


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