São Paulo, 10 de Julho de 2008 - O potencial de crescimento das bebidas à base de soja, categoria relativamente nova, tem aumentado os investimentos no produto. A suíça Nestlé, por exemplo, que atua com a marca Sollys no Brasil, prepara-se para colocar uma versão de 200 mililitros da bebida nas gôndolas - até agora a empresa trabalhava apenas com versões de 1 litro. Este ano também a Yoki, tradicional fabricante de alimentos, investiu R$ 30 milhões para entrar na categoria. Essas empresas tentam ganhar espaço em um mercado em que a Unilever, dona da marca Ades, desponta sozinha na liderança, com 62,8% de participação.
Em 2007, as vendas de bebidas à base de soja movimentaram R$ 552,4 milhões, ante R$ 453,5 milhões de 2006, segundo dados da AC Nielsen. Para este ano, a expectativa do mercado é crescer até 20%, de acordo com Patrícia Pollice, gerente de marketing da marca Ades.
Isolada na liderança - a empresa possui 46,4% de participação de mercado com a linha original e 16,4% com a linha saborizada -, a empresa tem se esforçado para manter a distância em relação aos concorrentes. A principal estratégia tem sido diversificar o portfólio temporário, testando marcas sazonais, e agregar definitivamente os produtos com boa aceitação. Os sabores da linha shake de morango e vitamina de banana - que foram lançados em meados de 2007 -, por exemplo, foram incorporados ao portfólio e já representam 16,4% do mercado da linha Original. O sucesso da versão de vitamina de banana fez a empresa colocar no mercado uma versão "Light" do produto este mês. E os lançamentos deste mês ainda terão as versões "frape de coco" e "cereais com mel". A Unilever investiu R$ 7 milhões nesses produtos, que serão produzidos na fábrica de Pouso Alegre da empresa.
"Sabemos que é difícil ganhar mercado em virtude da liderança. Mas a gente quer fazer o mercado crescer através de inovações", disse Patrícia. Segundo dados da Nielsen Homescan (painel de consumidores da instituição em todo o Brasil), a categoria de sucos à base de soja aumentou a penetração e a freqüência de compra em todas as classes sociais brasileiras no primeiro quadrimestre de 2008.
A Yoki também tem sua produção concentrada em uma fábrica em Pouso Alegre. A empresa, que investiu R$ 30 milhões para iniciar a produção em janeiro, declarou na ocasião que a meta era conquistar 8% do mercado até o final de 2008.
De acordo com Gabriel Cherubini, vice-presidente da Yoki, o desempenho tem sido muito bom. "Nós estamos surpresos com as vendas. Está superando as nossas expectativas", disse o executivo.
A Nestlé, que investiu R$ 50 milhões para colocar a marca Sollys - que conta com sucos, barras de cereais, entre outros produtos - no mercado, em maio do ano passado, afirmou que espera, "em 2008, superar as vendas de 2007 e, para isso, já coloca no mercado os sucos à base de soja com 200mililitros".
Vendas
Segundo Patrícia, da Unilever, o crescimento da categoria está acima de qualquer outra do setor de alimentos. "É muito alto se compararmos", disse a executiva. Ela contou que as vendas se destacam em regiões urbanas. "Estão concentradas nas grandes capitais, principalmente no Sul e Sudeste", afirmou.
Apesar dos altos preços das matérias-primas, Patrícia afirmou que o reajuste realizado pela empresa nos preços das bebidas à base de soja foi resultado de uma mudança na composição das bebidas, que passou a ter vitaminas e sais minerais. Em virtude disso, os preços subiram 7% em abril deste ano. Segundo ela, não estão previstos novos reajustes este ano.
Veículo: Gazeta Mercantil