A JBS, maior empresa global do setor de proteína animal, adiou a oferta pública inicial de US$ 2 bilhões de sua subsidiária, a JBS USA, nos Estados Unidos. De acordo com o presidente da JBS, Joesley Batista, a abertura de capital da subsidiária não acontecerá até que os resultados do quarto trimestre sejam divulgados. Ele acrescentou que a venda de ações pode ocorrer no primeiro semestre deste ano se o mercado de capitais melhorar.
"Acredito que seja possível fazê-lo no primeiro semestre de 2010", disse Batista. "Mas realmente depende das condições do mercado, que se deterioraram recentemente", afirmou, em evento em São Paulo, para assinatura de convênio com o Banco do Brasil.
O plano da JBS é aplicar os recursos da oferta da JBS USA em sua plataforma de distribuição direta no mercado americano. Inicialmente, quando havia uma projeção mais otimista sobre o mercado, a empresa imaginava vender as ações em janeiro deste ano.
A decisão de segurar a oferta se deve a uma percepção de que hoje o mercado não atribui o "valor real" à companhia, segundo fontes próximas à empresa.
A recente injeção de US$ 2 bilhões na JBS por meio de debêntures compradas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) também permite adiar a operação.
Os recursos obtidos com a emissão de debêntures serão usados no aumento de capital da JBS USA para financiar a compra de 64% da americana Pilgrim' s Pride, reduzir endividamento, implementar planos de investimento e viabilizar a conclusão da integração da Bertin.
As debêntures da JBS serão convertidas em BDRs, recibos lastreados em ações ordinárias (com voto) da JBS USA. Isso só acontecerá se a oferta de ações da JBS USA for concluída. Depois disso, as debêntures serão trocadas por uma fatia na JBS USA. Quando anunciou a operação com o BNDES, no fim de dezembro, a JBS informou que a oferta de ações deve ocorrer até 31 de dezembro de 2010, com possibilidade de prorrogação até 31 de dezembro de 2011. Se a JBS USA não abrir capital nos EUA, as debêntures serão convertidas em ações da JBS no Brasil.
Veículo: Valor Econômico