O frigorífico Frango Forte, de Tietê (SP), que deixou de fornecer ração para seus integrados, divulgou nota ontem afirmando que sua sobrevivência no mercado depende do acesso a crédito. A empresa afirma que enfrentou problemas por conta do aumento no preço da ração, mas admite que a dificuldade de obtenção de crédito começou em janeiro passado, quando foi alvo de denúncia de fraude no peso do frango por meio da adição de água.
Na nota, a Frango Forte diz que os laudos do Ministério da Agricultura, que paralisou a empresa por uma semana para fiscalização, mostram que não houve irregularidade. Porém, segundo a empresa, os bancos fecharam as portas para novos empréstimos.
Segundo a empresa, as dificuldades por conta das denúncias de frango vinham superando quando o crédito do mercado financeiro foi suprimido, em razão da crise financeira mundial.
Segundo a empresa, o preço da saca de milho, que custava R$ 19 no ano passado, passou para R$ 35, 84% a mais. Segundo a Associação Paulista de Avicultura (APA), o preço da ração, à base de milho e soja, aumentou 70% este ano.
Sem receber ração da Frango Forte, um integrado distribuiu gratuitamente dezenas de frangos em Capela do Alto. Ele alega ter perdido 12 mil aves; outras 4 mil de sua granja estão sem ração há uma semana. Em Porangaba, frangos são distribuídos de graça. Em uma das criações, mais de 25 mil frangos já morreram de fome.
A Frango Forte exporta cerca de 30% de sua produção e tem pelo menos 250 granjas integradas
Veículo: Valor Econômico