A carne de segunda - ou de dianteiro, como é conhecida - sofre mais com a inflação. Levantamento do Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas do Estado de São Paulo mostra que, no atacado, o quilo do dianteiro subiu de R$ 4 em janeiro para R$ 5,50 em junho deste ano. A alta foi de 37,5%.
Veículo: Jornal da Tarde
No caso da carne de primeira - ou de traseiro -, o preço do quilo no atacado saltou de R$ 5,60 em janeiro para R$ 6,50, o que representa um aumento de 16%.
Quando os preços no atacado sobem, os açougues (varejo) pagam mais caro pelo produto e são forçados a repassar uma parcela dos custos para o consumidor final. Normalmente, por conta da concorrência, os açougues não conseguem repassar integralmente os custos.
Para o economista Chau Kuo Hue, da LCA Consultores, o aumento da renda, verificado nos últimos anos, fez parte dos brasileiros consumirem mais carne. “Os novos consumidores têm uma demanda adicional por carne de segunda, que é mais barata”, explica.
Esse fator também é destacado por Manuel Henrique Farias Ramos, presidente do sindicato. “Quando o consumidor entra no mercado, ele quer consumir carne. E o acesso é feito pela carne de segunda”, diz.
Com mais pessoas dispostas a pagar pela carne de segunda, os preços sobem. O aumento da carne de primeira é outro fator que pressiona os preços dos cortes de segunda. Parte dos consumidores, de acordo com Hue, deixam de procurar as opções mais caras e passam a comprar as mais baratas.