BRF busca comprador para planta de Ana Rech

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Unidade é vista como uma das mais eficientes do setor de suínos

A BRF negocia a venda do frigorífico de suínos localizado em Ana Rech, em Caxias do Sul, com capacidade de abate de três mil animais ao dia. Segundo o presidente da companhia, José Antônio Fay, a meta é acertar o negócio até o segundo semestre deste ano. A planta passou a ser operada pela BRF no final de 2011, em pagamento de uma dívida da francesa Doux Frangosul com o grupo, maior processador de alimentos prontos do mundo.

Mas em janeiro passado, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) decidiu que o ativo não poderia ser assumido pela BRF, por gerar concentração de mercado. A unidade é considerada uma das mais eficientes pelo setor, pelo parque industrial e pela cadeia de fornecimento, com 700 produtores integrados.

Fay, que esteve em Porto Alegre, esclareceu que o Cade ainda não teria determinado um prazo para efetivar a transferência da unidade. O executivo explicou que o abatedouro, cuja produção se destina principalmente ao mercado externo, foi transferido ao grupo brasileiro, mas sem a alienação do bem. “Executamos a dívida, por isso temos a propriedade, mas não assumimos os ativos”, demarcou Fay. A Doux, que acabou repassando plantas de frango ao JBS, em 2012, devido à crise financeira, tomou R$ 80 milhões da BRF. O negócio foi registrado em um cartório em Caxias do Sul.

A BRF não tem como reverter a determinação do conselho, que já havia imposto restrições, incluindo a venda de outros ativos, após a fusão da Sadia e Perdigão, que deu origem ao conglomerado, em 2009. “Temos tempo para fazer. A saída é vender”, ressaltou o executivo, que não revelou aos compradores que já teriam se apresentado para o negócio. Também não comentou se o JBS teria manifestado interesse em ficar com a planta. A companhia paulista, que é líder em abate de bovinos, firmou acordo em maio de 2012 para assumir os ativos ligados a frangos da Doux. “Estamos fazendo um processo de avaliação dos interessados e o negócio deve ser este ano.”

O executivo informou que a unidade não processa 100% da capacidade, com abates hoje de 2,6 mil animais ao dia. No Estado, a BRF tem plantas de suínos em Lajeado e Marau, somando com Ana Rech, potencial para processar 6 mil suínos diariamente, líder local em volume. O presidente da companhia informou que a unidade atrai proposta de grupos com atuação no Rio Grande do Sul. “É uma base muito rica, capaz de abater 3 mil suínos ao dia, com toda a integração e alimentação. Tudo é mantido pela BRF”, pontuou o CEO.

O presidente da Associação de Criadores de Suínos do Estado (Acsurs), Adelar Folador, aposta que a transferência da unidade ocorra este ano, devido aos prazos do Cade. Folador espera que não seja difícil encontrar comprador, que poderá ser um dos players que estão no Estado, como JBS, Marfrig e Libem. “A unidade está redondinha, com estrutura de produção e alta produtividade nas granjas integradas. Não tem como fechar”, avalia o dirigente.

Rio Grande embarca 750 mil toneladas de soja

O porto de Rio Grande, por meio de seus terminais graneleiros, já escoou mais de 750 mil toneladas de soja para o exterior até sexta-feira. O grão, produzido no Rio Grande do Sul, tem como destino principal a China. Neste ano, a estimativa de safra para o Estado é de 13 milhões de toneladas da oleagionosa, sendo que pelo porto devem ser embarcadas 9 milhões de toneladas.

Cada navio parte, em média, com 63 mil toneladas do grão. Até o final deste mês, mais 20 navios devem chegar a Rio Grande. Para o mês de maio, a previsão é de que o Porto receba mais 30 navios para o embarque da soja. De acordo com o Superintendente do Porto de Rio Grande, Dirceu Lopes, a movimentação pelo terminal oportuniza o melhor prêmio ao agricultor. “Estamos trabalhando para dar agilidade, segurança e tranquilidade ao processo. O porto de Rio Grande está altamente capacitado e preparado para receber esta safra recorde no RS”, destacou.

A capacidade de recebimento no porto pelo modal rodoviário é de 70 mil ton/dia (2 mil caminhões), pelo modal hidroviário é de 7 mil toneladas/dia e pelo modal ferroviário é 21,5 mil toneladas/dia. Dessa forma, do volume de soja exportado pelo porto gaúcho, 30% é por ferrovia, 10% por hidrovia e 60% por rodovia. A capacidade de carregamento no local é de 170 mil toneladas/dia. Já a capacidade total de recebimento de grãos fica em 98,5 mil toneladas/dia. Por isso, a capacidade de carregamento de navios supera em 1,75 vezes a capacidade de recebimento de soja no porto.



Veículo: Jornal do Comércio - RS


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