Queda no custo amenizou forte declínio no preço em abril

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O mercado brasileiro de carne suína encerrou o mês de abril com um forte declínio nos preços. Segundo a analista da consultoria Safras & Mercado Andreia Mariani, essa queda já havia sido observada em março, mas se acentuou no decorrer do mês passado.

Talvez o único alento ao suinocultor tenha sido o recuo nos custos de produção, uma vez que os preços do milho e do farelo de soja apresentaram menores níveis se comparados aos meses anteriores. "O declínio do preço do suíno acompanhou o recuo nos custos", afirma.

Em contrapartida, Mariani sinaliza que as exportações continuaram com um desempenho ruim em abril, impactadas pela decisão da Ucrânia de embargar a compra de carne suína brasileira. As vendas semanais de carne suína ao mercado externo indicam que o volume embarcado em abril deve ser inferior frente a abril 2012, e em linha com o que foi exportado em março deste ano. Até a terceira semana de abril, por exemplo, o Brasil havia exportado 22,3 mil toneladas de carne suína in natura, com receita de US$ 66,7 milhões e valor médio de US$ 2.995 por tonelada.

Outro fator preocupante, segundo Mariani, é que a produção de carne suína apresenta um volume superior ao do ano passado. "Com dados ainda preliminares, o primeiro trimestre deste ano apresentou crescimento de 2,7% na produção frente ao mesmo período do ano anterior. Com a queda nas exportações, a disponibilidade interna já sem mostra 4,0 % maior frente aos três primeiros meses do ano passado, o que justifica a queda nas cotações", avalia.

A analista entende que, diante deste cenário, a produção de carne suína tem de voltar a ser mais comedida, de modo a diminuir a dependência de um bom ritmo das exportações e de não gerar excedentes ainda maiores no mercado interno.

Para os próximos dias, Mariani sinaliza que os preços deverão seguir uma tendência de queda. "No médio prazo, porém, o indicativo é de que o cenário seja um pouco mais favorável ao setor, especialmente a partir do segundo semestre, quando tradicionalmente ocorre um aumento no consumo", projeta.

A análise de preços de Safras & Mercado indicou que a arroba suína foi cotada em São Paulo ontem a R$ 48,00, ante os R$ 58,00 registrados na primeira semana de abril. No Rio Grande do Sul, o preço na integração caiu de R$ 2,70 para R$ 2,30 e de R$ 2,80 para R$ 2,45 no interior desde o começo de abril. Em Santa Catarina o quilo vivo recuou de R$ 2,70 para R$ 2,30 na integração e de R$ 2,85 para R$ 2,45 no interior. No Paraná, o quilo vivo foi vendido a R$ 2,49 no mercado independente, contra R$ 3,05 na primeira semana de abril. Na região Oeste, o quilo recuou de R$ 2,95 para R$ 2,52.

Em Mato Grosso do Sul o quilo vivo caiu de R$ 2,50 para R$ 2,20 na integração. Em Goiás o quilo vivo passou de R$ 3,70 para R$ 2,85. No interior de Minas Gerais o quilo recuou de R$ 3,50 para R$ 2,80. Em Mato Grosso o quilo vivo passou de R$ 2,80 para R$ 2,25 na integração. O preço médio do quilo vivo no Centro-Sul teve declínio de 16,90%, entre o dia 3 de abril e 2 de maio, passando de R$ 2,97 para R$ 2,47.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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