O mercado brasileiro de carne suína chegou ao final de março mantendo uma trajetória baixista aos preços do quilo vivo na região Centro-Sul. De acordo com o analista de Safras & Mercado Allan Hedler, o setor foi influenciado pelo fraco movimento de vendas no atacado, fator que acabou impactando diretamente nas cotações do suíno vivo também
Na quinta-feira passada, o quilo vivo no Centro-Sul era cotado a R$ 3,25, queda de 0,09% frente ao valor praticado no mesmo período de fevereiro, quando a média de preços atingia R$ 3,28. Hedler destaca que a maior queda ao longo do mês foi verificada no mercado independente de Minas Gerais, de 7,5%. Em compensação, no oeste do Paraná, o quilo vivo apresentou valorização de 10%. "A perspectiva, de forma geral, é que o mercado permaneça pressionado", afirma.
No atacado, Hedler sinaliza que os preços do pernil cederam 1,1%, com o valor médio na região Centro-Sul ficando em R$ 7,20 na quinta-feira, ante os R$ 7,28 registrados no mesmo período de fevereiro passado. O quilo da carcaça, por outro lado, apresentou uma valorização de 3% ao longo do mês, passando de R$ 4,92 para R$ 5,07.
O analista ressalta que o aumento na disponibilidade de carne suína no começo de ano também ajudou a pressionar as cotações, o que se refletiu no mercado em março. "Chegamos ao final de janeiro com um abate de 2,84 milhões de suínos no Brasil, contra 2,79 milhões de cabeças no mesmo período do ano passado. Esse fator, combinado com as fracas exportações, acabou gerando uma pressão adicional ao mercado interno", explica.
Embarques - Hedler afirma que, mantida a média diária de embarques de 1,3 mil toneladas registrada nas três primeiras semanas do mês, as exportações de carne suína in natura em março podem chegar a 29,5 mil toneladas, "Ainda assim, o volume embarcado deve ficar abaixo das 32,3 mil toneladas embarcadas em março do ano passado", diz.
A análise mensal de preços de Safras & Mercado apontou que a arroba suína em São Paulo permaneceu em R$ 68,00. Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo seguiu em R$ 3,05, enquanto no interior a cotação caiu de R$ 3,43 para R$ 3,37. Em Santa Catarina o preço do quilo permaneceu a R$ 3,03 na integração. No interior, a cotação avançou de R$ 3,20 para R$ 3,45. No mercado livre do Paraná caiu de R$ 3,36 para R$ 3,29 o quilo, enquanto na integração o preço recuou de R$ 3,36 para R$ 3,31.
No Mato Grosso do Sul a cotação seguiu em R$ 3,30 na integração. Em Campo Grande teve estabilidade, cotada a R$ 3,60. Em Goiânia, o preço recuou de R$ 3,75 para R$ 3,50, mesma situação verificada no interior de Minas Gerais. No mercado independente mineiro a cotação retrocedeu de R$ 3,35 para R$ 3,10. Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo em Rondonópolis avançou de R$ 2,91 para R$ 3,00. Já na integração do Estado a cotação seguiu em R$ 2,60.
Veículo: Diário do Comércio - MG