Ao longo do mês, a oferta de boi terminado aumentou consideravelmente, o que ajuda a explicar o tom baixista que esteve presente durante todo maio. De acordo com relatório divulgado pela empresa de consultoria em agronegócio Safras & Mercado, as escalas de abate permanecem bem posicionadas, o que sugere pouca agressividade na compra de gado mesmo durante o período de virada de mês.
Segundo o analista de Safras Fernando Henrique Iglesias, a previsão de uma nova frente fria na primeira semana de junho pode acentuar essa dinâmica. Com o clima frio e seco ocorre maior deterioração das pastagens, o que dificulta a retenção do boi gordo no pasto. Com isso, a safra brasileira de boi gordo deve alcançar o auge em meados de junho. Os frigoríficos devem desfrutar de uma posição confortável também na primeira quinzena do próximo mês, o que sugere novas quedas do preço de balcão no curto e médio prazos.
A região Norte do País ainda apresenta oferta de boi gordo diferenciada. Isso ajuda a atender a demanda na região Centro-Sul. O frete e demais tributações ainda são um complicador. Entretanto, disse o analista, ainda é vantajoso buscar o boi gordo em outros mercados regionais, principalmente no caso dos frigoríficos paulistas. "Essa estratégia tende a se acentuar com o final da oferta de safra já no segundo semestre, quando haverá maior apelo para alta no mercado interno".
Embarques - As exportações de carne bovina in natura do Brasil renderam US$ 257,1 milhões em maio (15 dias úteis), com média diária de US$ 17,1 milhões. A quantidade total exportada pelo País chegou a 62,1 mil toneladas, com média diária de 4,1 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.139,5.
Entre abril e maio, houve baixa de 1,2% no valor médio exportado, recuo de 0,7% na quantidade e baixa de 0,6% no preço médio. Na relação entre maio de 2015 e o mesmo mês de 2014, houve recuo de 26,5% no valor total exportado, baixa de 15,4% na quantidade total e desvalorização de 13% no preço médio.
A média mensal de preços em maio foi de R$ 149,26 a arroba em São Paulo. Em Mato Grosso do Sul, o preço da arroba ficou em R$ 142,45. Em Minas Gerais, a arroba ficou em R$ 140,18. Em Goiás, a arroba ficou em R$ 140,06. Em Mato Grosso, o preço foi de R$ 135,34. No atacado, a oferta esteve controlada à demanda, e os preços nos cortes de dianteiro ficaram com uma média mensal de R$ 7,55 e nos cortes de traseiro, em R$ 11,06.
Veículo: Diário do Comércio - MG