O mercado físico do boi gordo apresentou, na segunda quinzena do mês, alguns contrastes durante a primeira quinzena de junho. A começar pelo clima, mais ameno do que o previsto, o que favoreceu a retenção do boi gordo no pasto, revelou relatório divulgado pela empresa de consultoria em agronegócio Safras e Mercado.
Com a redução da oferta de animais terminados, houve maior dificuldade na compra de gado. Os frigoríficos apresentaram encurtamento das suas escalas, e reajustaram os preços de balcão. A exceção para essa situação ainda são os frigoríficos de maior porte, que ainda dispõem de um excelente posicionamento em suas escalas de abate.
A dinâmica do mercado pode sofrer significativas alterações com a chegada de uma nova frente fria ao Centro-Sul do País. Vale salientar que o clima frio e seco acelera a deterioração das pastagens, dificultando a retenção do boi gordo no pasto. Com isso, o fluxo de negócios tende a aumentar, e os preços podem voltar a ceder no Centro-Sul do país.
No Norte do País a oferta de animais segue expressiva. O grande complicador ainda é o frete e as demais tributações. Essa situação ajuda a entender a confortável posição das escalas de abate dos frigoríficos de maior porte. Considerando que os mesmos possuem mais recursos para buscar o boi gordo em outros mercados regionais.
Os frigoríficos de menor porte não dispõem das mesmas condições para buscar o boi gordo em outras regiões, dependendo da oferta em seu mercado local, que muitas vezes é insuficiente para atender toda a demanda.
De acordo com o relatário de Safras, ns média semanal de preços (de 15 a 18 de junho) em São Paulo foi de R$ 147,80 a arroba. Em Mato Grosso do Sul, R$ 141,33. Em Minas Gerais, R$ 138,50. Em Goiás, a arroba ficou em R$ 138,50. Em Mato Grosso, o preço ficou em R$ 134,66.
A reposição começou a fluir de maneira mais lenta durante a segunda quinzena do mês, o que já era esperado pelo mercado, considerando o menor apelo ao consumo durante este período em especial. As exportações seguem altamente relevantes para a formação dos preços no mercado interno, considerando que, quanto maior o volume de embarques, menor a disponibilidade interna.
Veículo: Diário do Comércio - MG