Segundo dados do Sindirações, durante o primeiro semestre o setor de frango de corte demandou 16,8 milhões de toneladas de rações, um avanço de 4,2%. O resultado se deve ao alojamento de pintainhos, que crescia 4,7% até maio, e às exportações em alta de carne de frango, negociação favorecida pelo real desvalorizado e por novas oportunidades globais.
A produção de rações para galinhas de postura somou 2,6 milhões de toneladas, alta de 2%. O crescimento foi impulsionado pelas exportações e pelo consumo interno maior de ovos.
A forte recuperação das exportações de carne suína e a maior procura do consumidor em virtude dos preços mais acessíveis que os a carne bovina, aliadas ao abate de animais mais leves, em função dos custos elevados, fizeram com que a demanda por ração alcançasse 7,9 milhões de toneladas de ração durante o primeiro semestre, alta de 6%, frente igual período do ano anterior.
Tanto para as aves como para os suínos, a expectativa para os últimos seis meses do ano é de retração na demanda por ração. Além dos custos ainda elevados, o comprometimento da renda familiar continuará a interferir no consumo.
De acordo com o vice-presidente executivo do Sindirações, Ariovaldo Zani, o produtor apostou até o último momento na manutenção da produção. Ele explica que, no segundo trimestre, mesmo com os custos mais altos, os avicultores e suinocultores ainda acreditaram que poderia vir momentos melhores, que a safra de inverno de milho traria oferta suficiente para esfriar os preços deste insumo, mas que foi frustrada por problemas climáticos.
“Além das perdas produtivas, as exportações recordes do cereal exauriram a oferta doméstica do grão e os preços permaneceram muito altos. O repasse deste custo elevado não se deu porque o consumidor não tem condições de pagar. Então, houve uma deterioração da remuneração dos produtores e desestimulou a produção, que no segundo semestre será reprimida”, explicou.
Fonte: Diário do Comércio de Minas