A cadeia produtiva da pecuária de corte deixou de movimentar entre R$ 8 bilhões e R$ 10 bilhões na primeira semana da greve dos caminhoneiros, diz a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).
“O valor agroindustrial dessa cadeia produtiva é de R$ 520 bilhões e deixaram de circular em torno de R$ 10 bilhões. Estamos falando do que deixou de ser movimentado, não do prejuízo em si”, afirma o presidente da Abiec, Antonio Camardelli.
A entidade calcula que 40 mil toneladas de carne bovina deixaram de ser exportadas no período, o que representa US$ 170 milhões a menos em receita. “Não é só a perda financeira que nos preocupa, mas a ausência da nossa participação no mercado internacional que está sendo prejudicada.”
Das 109 unidades de produção do País, 107 estão paralisadas e duas operam com menos de 50% da capacidade, informa a Abiec. Conforme a associação, 3,7 mil caminhões carregados estão parados nas rodovias do Brasil. Esses produtos devem começar a perder a validade a partir de hoje, inviabilizando o consumo.
Aves e suínos
A normalização da oferta de aves e suínos no mercado interno e para exportação deve superar o período de dois meses previsto inicialmente pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). “Vamos ter que revisar estes números, pois acreditamos que o prazo será ainda maior”, avalia o vice-presidente e diretor técnico da ABPA, Rui Vargas.
Os prejuízos com as exportações já somam US$ 360 milhões e, no mercado interno, as perdas somam R$ 3 bilhões. A greve agravou a situação do setor, que já sofria com restrições de importantes mercados importadores tanto de aves como de suínos. “Já esperávamos uma queda de 30% das exportações, agora, estamos trabalhando para que restabeleça esse fluxo e o prejuízo não seja ainda maior”, salienta.
Até domingo (27), a associação calculava um bilhão de aves e 20 milhões de suínos recebendo alimentação insuficiente, além da morte de 64 milhões de animais. Ontem, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) pediu ao governo a “intensificação da escolta” para o transporte de produtos perecíveis, carga viva e insumos para alimentação de animais (rações).
Fonte: DCI São Paulo