Noventa dias depois, a cotação do frango vivo retorna aos valores (à época considerados excepcionais) alcançados em decorrência da greve dos caminhoneiros. Ontem (10), no interior paulista, os negócios efetuados obtiveram 10 centavos de ajuste, o que significou elevação da cotação para R$3,20/kg, mesmo preço em vigor entre 9 e 22 de junho e que, nominalmente, corresponde ao maior valor já registrado pelo produto.
Desta vez Minas Gerais acompanhou, obtendo também 10 centavos de ajuste. Portanto, mantém a mesma cotação de São Paulo e, com isso, supera o valor máximo atingido em consequência do movimento caminhoneiro (R$3,15/kg entre o final da primeira quinzena de junho e a maior parte do mês de julho).
Esse foi o segundo reajuste registrado nas duas praças em menos de uma semana – mais exatamente, em apenas três dias negócios (o primeiro ajuste de São Paulo ocorreu na quarta-feira, 5; o de Minas Gerais no dia seguinte, 6). O que surpreende, porém, é que ambos tiveram como base o valor de 10 centavos. Assim, o frango paulista já acumula, apenas no primeiro decêndio de setembro, 20 centavos de reajuste (em Minas o acumulado é de 15 centavos).
A surpresa maior, no entanto, vem do fato deste segundo reajuste ter ocorrido no primeiro dia de negócios da semana, ou seja, numa segunda-feira (normalmente, esse é o dia que os frigoríficos reservam à avaliação do consumo no final de semana e, por isso, sua presença compradora é pouco significativa).
Enfim, a alta logo no início da semana e o próprio valor dos reajustes (10 centavos, em vez do “padrão” tradicional – 5 centavos) dão clara ideia de como se encontra a oferta de aves vivas neste momento: extremamente ajustada. E isso, parece, não está atrelado apenas ao momento do mês (chegada da massa salarial ao mercado), mas também a um menor volume de frangos em criação – algo que só será confirmado quando forem divulgados os dados de produção de pintos de corte de julho e agosto passados.
Fonte: AviSite