Rápida visualização do gráfico abaixo transmite a impressão de que, apesar das significativas altas registradas no trimestre setembro/novembro, o preço do frango abatido permanece distante do alcançado no último mês do primeiro semestre.
Ilusão, apenas. Porque, a despeito dos valores inéditos alcançados nos primeiros dias de junho (efeito, exclusivo, da lacuna no abastecimento causada pela greve dos caminhoneiros), os bons preços então registrados foram extremamente temporários. Assim, as melhores médias de 2018 vêm sendo registradas justamente no trimestre mencionado, o recorde do presente exercício ocorrendo justamente em novembro corrente.
Outra impressão que fica é a de que o ganho anual obtido neste novembro está sendo excepcional, pois apresenta incremento de mais de 19% sobre novembro de 2017. Não custa citar, porém, que a média deste mês se encontra apenas meio por cento acima da registrada dois anos atrás.
Ressalte-se, além disso, que os incrementos mensais dos últimos meses vêm perdendo velocidade. De agosto para setembro a variação foi de 16%; de setembro para outubro, de quase 3,5%; agora, o incremento mensal não vai além dos 2,5%. O que, às vésperas do mês de maior consumo do ano não é bom sinal.
Sob esse aspecto, aliás, espera-se que o setor se esforce e consiga defender seus interesses. Pois, nos últimos sete anos (2011 a 2017), em apenas duas ocasiões (2012 e 2013), o frango abatido alcançou em dezembro preço médio superior ao do mês anterior.
Aliás, obter uma melhora dos preços em dezembro é, mais do que desejável, fundamental. Porque o preço médio atingido pelo frango abatido nos primeiros 11 meses de 2018, da ordem de R$3,43/kg, se encontra apenas 2,4% acima do que foi registrado em idêntico período de 2017 (R$3,35/kg). E – o que é pior – permanece quase 10,5% aquém dos R$3,83/kg alcançados entre janeiro e novembro de 2016.
Fonte: AviSite