Previsão é crescimento de 25% nas exportações regionais de bens
De acordo com relatório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) divulgado nesta terça-feira (7), o comércio internacional da região terá uma recuperação importante em 2021. O crescimento ocorre após forte queda observada no ano passado. A recuperação, no entanto, não será igual em todos os países por causa da incerteza provocada pela pandemia do novo coronavírus.
Segundo o levantamento Perspectivas do Comércio Internacional da América Latina e do Caribe 2021, haverá um aumento de 25% no valor das exportações regionais de bens neste ano após uma queda de 10% em 2020.
Esse aumento é impulsionado pela alta de 17% nos preços de exportação e uma expansão de 8% do volume exportado.
Expectativa para 2022 é aumento de 10% no valor das exportações regionais de bens e 9% nas importações, mesmo com menor crescimento da economia regional e mundial.
A América do Sul registrou o maior aumento do valor exportado em 2021, de 34%, beneficiada especialmente com os maiores preços das matérias-primas. No Caribe, o aumento das exportações ocorre pela alta dos preços do petróleo e do gás.
"O aumento das exportações de bens da região durante 2021 é explicado principalmente pelo aumento dos preços dos produtos básicos, sobretudo minerais, petróleo e produtos agroindustriais, mais do que pela expansão do volume exportado. Da mesma forma, as exportações regionais de serviços ainda não se recuperaram da queda sofrida como resultado da pandemia", mostra o relatório.
Turismo
Conforme a comissão, a dependência dos países da região no turismo supera a média mundial e faz com que a incerteza quanto à reabertura do setor condicione negativamente as perspectivas de várias economias, especialmente dos países do Caribe.
"Essa situação exige uma reflexão sobre a urgência de aprofundar a integração econômica regional. Avançar para um mercado regional integrado é indispensável não só para gerar escalas eficientes de produção e promover processos de diversificação produtiva e exportadora, mas também para alcançar maior autonomia em setores estratégicos. Esse último objetivo tem adquirido particular relevância face às perturbações provocadas pela pandemia nas cadeias mundiais de abastecimento", destacou a secretária executiva Alicia Bárcena na apresentação do documento.
Incertezas
O relatório da Cepal indica vários fatores de incerteza no comércio mundial com reflexos na região como o ritmo desigual de vacinação e novas variedades do vírus; pressões inflacionárias e dificuldade em manter os estímulos fiscais; tensões comerciais e riscos no setor imobiliário da China; interrupções nas cadeias de abastecimento e aumento dos fretes.
Fonte: Agência Brasil