Aumento de núcleos de inflação preocupa, diz presidente do BC

Leia em 2min 40s

Campos Neto aponta questionamentos à capacidade de o país crescer

 

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira (14) que, embora haja questionamentos em relação ao arcabouço fiscal de curto prazo no Brasil, os agentes de mercado apontam que a grande fragilidade está na capacidade de o país crescer no longo prazo.

 

Em apresentação durante evento promovido pelo Tribunal de Contas da União (TCU), Campos Neto disse que a autoridade monetária tem demonstrado preocupação com o aumento de núcleos da inflação no Brasil e ressaltou que os índices de preços estão claramente descolando, com "elementos de disseminação bastante ampliados".

 

No evento, o presidente do BC disse que a desancoragem da expectativa de inflação para 2022 está parecida com a observada em 2017, sendo "superimportante" o BC atuar e ancorar as expectativas.

 

"O imposto mais maligno que temos é a inflação, é muito importante agir de forma rápida, consistente, de forma transparente para que a gente consiga abortar esse processo de desancoragem", afirmou.

 

Segundo Campos Neto, os agentes de mercado estão dizendo que o crescimento estrutural do Brasil está mais baixo do que o previsto anteriormente.

 

"Parte desse prêmio na parte longa da curva está em parte associado a ruídos [fiscais], mas existe questionamento sobre a capacidade de o país crescer", afirmou.

 

Campos Neto afirmou que o ciclo de aperto monetário no mundo deve secar ainda mais a liquidez e destacou que o Brasil precisaria desses investimentos para gerar crescimento econômico em um momento em que a parte fiscal "está exaurida".

 

Ao falar sobre as dificuldades observadas nas projeções para a inflação durante a pandemia de covid-19, o presidente do BC afirmou que os banqueiros centrais se prepararam para uma depressão que não veio, sendo observada uma recessão. Ele disse que há um "surto inflacionário" global, ressaltando que houve uma ruptura nas cadeias de comércio, especialmente por uma alta na demanda por bens.

 

No Brasil, o presidente do BC disse que as medidas de enfrentamento à pandemia foram efetivas e permitiram um retorno mais veloz da atividade. No entanto, ele afirmou que agora é possível ver países emergentes acelerando mais fortemente do que a economia brasileira.

 

Campos Neto também disse que as partes mais voláteis da inflação começaram a apresentar algum arrefecimento, mas ponderou que ainda é preciso ver como esse movimento vai se dar à frente.

 

A ata da reunião da semana passada do Comitê de Política Monetária, divulgada nesta terça-feira, manteve tom duro em relação à inflação e sinalizou que o BC poderá manter a taxa básica de juros em patamar elevado por mais tempo para domar o índice e as expectativas de inflação.

 

O documento mostra que o BC avaliou cenários com ajuste mais intenso na Selic do que a alta de 1,5 ponto percentual feita na semana passada, além de quadros em que a taxa de juros permanece elevada por período mais longo.

 

Fonte: Agência Brasil

 


Veja também

Banco do Brasil prorroga mutirão de renegociação de dívidas

Prazo vai até 30 de dezembro; já foram renegociados R$ 634 milhões   O Banco do Brasil prorr...

Veja mais
Petrobras reduz preço da gasolina A para distribuidoras

Ajuste reflete evolução de preços internacionais, diz empresa   A partir de amanhã (1...

Veja mais
Itens da ceia de Natal têm diferença de preço de 124,72%

Foram comparados valores de 63 itens, diz Procon-SP   Levantamento feito pelo Procon de São Paulo com prod...

Veja mais
Taxa de juros deve continuar a subir, diz ata do Copom

Previsão está na ata da última reunião do comitê   A taxa básica de juro...

Veja mais
Serviços no país caem 1,2% em outubro, revela pesquisa do IBGE

Receita nominal recua 0,2% na comparação com setembro   O volume de serviços no país ...

Veja mais
Vendas de Natal: Ipem autua 24,6% dos estabelecimentos de São Paulo

Operação Papai Noel foi realizada de 6 a 10 de dezembro   O Instituto de Pesos e Medidas do Estado ...

Veja mais
Movimentação em portos cresce 5,5% de janeiro a outubro

344,5 milhões de toneladas passaram por terminais   O setor portuário nacional, que engloba portos ...

Veja mais
SP: comércio varejista deve criar 40 mil empregos no último trimestre

Só em outubro, foram criadas no setor 13,9 mil vagas   O comércio varejista deve criar 40 mil posto...

Veja mais
No Brasil, 58% das empresas têm políticas para equidade de gênero

Crescimento em 2019 foi 17 pontos percentuais, diz pesquisa   Levantamento aponta que 58% das empresas brasileira...

Veja mais