O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reunirá nesta quarta-feira (2) para definir a Selic, a taxa básica de juros da economia.
Segundo o relatório "Focus", divulgado pelo Banco Central, analistas do mercado financeiro preveem a Selic subindo dos atuais 9,25% para 10,75% ao ano. A decisão será anunciada após as 18h.
Se confirmado, esse será o oitavo aumento seguido o que, na prática, levará o juro básico a um patamar acima de 10% pela primeira vez em quatro anos e meio.
A previsão do mercado é que a taxa suba para 11,75% ao ano no mês de março, patamar no qual deve fechar o ano de 2022.
Como a taxa Selic é definida
A taxa básica de juros é o principal instrumento do Banco Central para conter o aumento de preços.
Quando a inflação está alta, o BC eleva a Selic. Quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas, o Banco Central reduz a Selic.
Em 2022, a meta central de inflação é de 3,5% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2% a 5%. O mercado financeiro, porém, já prevê a inflação acima dos 5% ao final deste ano.
Para 2023, o mercado financeiro elevou de 3,40% para 3,50% a estimativa de inflação. Para o próximo ano, a meta de inflação foi fixada 3,25%, e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.
Consequências da alta dos juros
De acordo com economistas, o aumento do juro básico da economia, tem vários reflexos na economia.
Saiba abaixo os principais:
Resulta em taxas bancárias mais elevadas, e a tendência é que novos aumentos também sejam repassados aos clientes. No ano passado, o aumento do juro bancário foi o maior em seis anos;
Influencia negativamente no consumo da população e nos investimentos produtivos, impactando, assim, o Produto Interno Bruto (PIB), o emprego e a renda. Na semana passada, analistas projetaram uma expansão de 0,30% para este ano, contra uma alta de 0,36% quatro semanas antes.
Gera uma despesa adicional com juros da dívida pública. Gabriel Leal de Barros, da RPS Capital, calculou que o ciclo de alta da Selic de 2% ao ano, em março de 2021, para 10,75% ao ano, se confirmada, geraria uma despesa adicional de quase de cerca R$ 280 bilhões com juros da dívida (em 12 meses).
Fonte: G1